“Formação, convívio e espírito de grupo” em mais uma Escola de Verão de Medicina Interna

Um casamento entre um dinamarquês muçulmano e uma espanhola cristã e o espanto dos alunos nórdicos com o espírito caloroso dos latinos são alguns dos episódios que mais marcaram António Martins Batista nesta sua experiência enquanto organizador das Escolas de Verão de Medicina Interna. Em vésperas do início da sétima edição, falou ao Raio-X sobre os objetivos desta iniciativa da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e reforçou o importante papel que esta especialidade ocupa dentro dos hospitais de hoje.

Raio-X – Em que contexto e com que objetivos foi criada a Escola de Verão de Medicina Interna?
António Martins Batista –
A seguir à organização, em Portugal, da Escola Europeia de Medicina Interna (ESIM), e ao seu êxito, os participantes portugueses na mesma sugeriram que aproveitássemos a experiência, entretanto adquirida, para organizar uma Escola de Verão de Medicina Interna só para Portugueses. Foi assim que nasceu a EVERMI.
Os objetivos eram semelhantes aos da ESIM. Formação num contexto imersivo, convívio próximo com os formadores, criação de um espírito de grupo e nascimento de uma nova elite de dirigentes dentro da especialidade de Medicina Interna.

RXDesde a primeira edição, quantos internos de Medicina Interna já passaram pela Escola?
AMB – Com esta serão sete edições com cerca de 45 participantes cada, portanto estamos a falar de mais de 300 jovens internistas.

RX – De uma forma global, qual é a recetividade dos participantes?
AMB – O grau de satisfação com a ESIM é sempre superior a 95%, no inquérito de avaliação respondido pelos participantes no final da EVERMI.

RX – No final de cada edição, quais devem ser as principais competências adquiridas pelos participantes?
AMB –  Melhoria dos conhecimentos teóricos, melhoria das competências práticas, maior consciencialização das dificuldades, mas ao mesmo tempo ganho de perceção de que não estão sós, uma vez que o espaço de partilha é muito abrangente, nomeadamente com os formadores, e abertura de espaços de atuação ao nível associativo.

RX – A par de um programa médico/científico, há também uma componente mais informal, onde se pretende desenvolver o espírito de equipa. Esse espírito prolonga-se após o final da Escola de Verão?
AMB – Quase todos os novos dirigentes da Medicina Interna, quer a nível nacional quer europeu, têm surgido das participações na ESIM e EVERMI.

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RX – Na edição deste ano, quais são os principais conteúdos científicos que merecerão maior destaque?
AMB – Esta edição que vai decorrer na Zambujeira do Mar, entre os dias 15 e 17 de setembro, os temas abordados serão, como sempre, muito abrangentes, como a própria Medicina Interna, embora privilegiemos também uma componente muito prática, necessária ao exercício clínico diário dos jovens internistas.

RX – Depois de uma fase em que o lugar da Medicina Interna foi questionado, a especialidade atravessa agora uma fase de afirmação. Qual o verdadeiro papel do Médico Internista e de que forma é feita a articulação com as outras especialidades?
AMB – Cada vez mais os Hospitais abraçam um tipo de organização baseado na Medicina Interna, onde os internistas são os gestores clínicos do doente, fazendo a ponte com todas as outras especialidades. Desaparecem os Serviços das várias especialidades. Tudo passa a andar à volta do doente e não o doente à procura dos médicos. Esta organização é mais humana, mais económica e mais eficiente.

RX – O Dr. Martins Batista tem estado à frente da Escola de Verão desde as primeiras edições, tem alguma história curiosa ou algum momento que o tenha marcado que queira partilhar?
AMB – Há imensas histórias associadas ás 12 escolas que já organizei, ESIM e EVERMI. Um casamento entre um dinamarquês muçulmano e uma espanhola cristã, que se conheceram na ESIM. Os nórdicos que viam os latinos aos abraços logo no primeiro dia e me diziam: “nós gostávamos tanto de ser assim, mas não conseguimos”. Muitos testemunhos a afirmar que a semana da ESIM tinha sido a melhor de toda a sua vida profissional.

Cátia Jorge

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