Junho, mês da Fertilidade

Em junho assinala-se o Mês da Fertilidade e, como tal, Maria José Carvalho, médica especialista em Fertilidade, redigiu um artigo de opinião informativo e esclarecedor sobre a temática.

A infertilidade atinge cerca de 15 % dos casais em idade reprodutiva que tentam gravidez de uma forma regular por um período igual ou superior a um ano. Esta situação afeta ainda mais os casais que adiam a decisão de uma primeira gravidez para uma idade mais avançada por motivos de ordem social e por vezes de ordem económica.

É fundamental que os casais, independentemente de qualquer idade, procurem esclarecimento da sua situação clínica junto de especialistas na área da medicina da reprodução dado que algumas das causas só poderão ser identificadas com análises ou exames   muito específicos, nomeadamente a identificação das alterações espermáticas, da reserva ovárica ou da permeabilidade tubária.

O tratamento quando identificado o fator causal poderá passar por uma ou várias técnicas de procriação medicamente assistida (PMA), nomeadamente:

IIU – Inseminação Intra-Uterina – introdução do sémen após preparação laboratorial no interior da cavidade uterina em período ovulatório.

FIV – Fertilização In Vitro – estimulação hormonal e colheita dos ovócitos por via transvaginal seguindo-se a fertilização dos ovócitos e transferência de 1 ou 2 embriões para a cavidade uterina.

ICSI – Microinjeção de um espermatozóide em cada um dos ovócitos – sobretudo aplicada nos casos de alterações espermáticas, ou para ultrapassar dificuldades de fertilização anteriores no sentido de se obter embriões para posterior transferência para a cavidade uterina.

TEC – Transferência de Embriões Criopreservados – proporcionando oportunidades de gravidez adicionais, em condições de recetividade uterina por vezes mais favoráveis. Esta técnica tem tido um enorme incremento em virtude das melhorias tecnológicas introduzidas com a vitrificação dos embriões, que aumentou de forma significativa a sua taxa de sobrevivência. A TEC permite assim ao casal beneficiar de um maior número de transferências embrionárias a partir dum mesmo ciclo de punção oocitária, refletindo um aumento da taxa cumulativa de gravidez.

Atualmente o que procuramos?

Apesar dos notórios avanços tecnológicos, os resultados dos tratamentos apresentam uma taxa média de 30 a 40%, no entanto grandes avanços se têm obtido com tratamentos mais “amigos das pacientes” com a utilização de protocolos terapêuticos mais curtos e preventivos dos quadros de Hiperestimulação Ovárica, com a redução do numero de visitas às clinicas, utilização de dispositivos para as injeções subcutâneas  autoadministráveis mais seguros e de fácil manejo pelas utentes, minimizando efeitos colaterais e tornando os tratamentos  mais fáceis e aceites com menos ansiedade pelas utentes.

A utilização frequente da cultura prolongada dos embriões, até ao quinto ou sexto dia, permite avaliar melhor a evolução dos embriões, e optar pela transferência para a cavidade uterina de um único embrião, evitando assim a gravidez gemelar com melhor taxa por transferência e manutenção ou até aumento das taxas cumulativas.

O desenvolvimento do Diagnóstico Genético Pré-Implantatório (DGPI), por biópsia da trofoectoderme dos embriões, vem permitir o diagnóstico de diferentes doenças monogénicas e em determinadas situações clínicas, a deteção de aneuploidias, responsáveis em parte por falências repetidas de implantação, ou abortos de repetição, com repercussão muito negativa e significativa na qualidade de vida da pessoa.

Uma área de intervenção da PMA e igualmente de grande importância é a criopreservação de gâmetas (ovócitos e espermatozoides). Esta técnica de autoconservação de espermatozoides ou ovócitos em casos de doença oncológica é já realizada por rotina no nosso País nos hospitais públicos e nas clínicas privadas em geral.

Atualmente, e devido ao adiamento por motivos sociais e profissionais muitas mulheres vêem-se constrangidas em adiar a idade para o nascimento de um primeiro filho e também por esse motivo procuram crio preservar ovócitos através de técnicas de PMA.

Procuramos através de uma prática de Medicina personalizada e de precisão na avaliação do casal decidir por uma das técnicas de PMA nos seus diferentes recursos e facetas. As propostas individualizadas de novas oportunidades terapêuticas que fazemos, têm proporcionado a satisfação de muitos casais e dos profissionais, contribuindo para aumentar o número de nascimentos contrariando a baixa taxa de fertilidade com que o nosso país se debate hoje.

 

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