Relatório do PNDR: Mortalidade por pneumonia “deixa-nos mal na fotografia”

Apesar de ter havido um decréscimo do número de mortes associadas às pneumonias, estas continuam a ser a principal causa de mortalidade respiratória, sobretudo na população com mais de 65 anos. Segundo Cristina Bárbara, uma maior cobertura vacinal antigripal e antipneumocócica pode ajudar a reverter esta tendência, contudo, segundo o Ministro da Saúde, é preciso também melhorar as condições de vida dos idosos.
Foi apresentado esta terça-feira o relatório Portugal – Doenças Respiratórias em Números 2015, da Direção-Geral da Saúde, que aponta um aumento da incidência das doenças respiratórias crónicas no nosso país, que representam, neste momento, a terceira causa de morte, logo depois das doenças cardiovasculares e das oncológicas.  O aumento da esperança de vida e o tabagismo estão na origem de grande parte destas doenças que afetam, sobretudo, as faixas etárias acima dos 65 anos. Nos grupos etários mais baixos verificou-se, em 2013, um decréscimo da taxa padronizada de mortalidade respiratória na ordem dos 19,2%, comparativamente com 2009.

As pneumonias são a principal causa de mortalidade respiratória em Portugal Continental (46%), apesar de ter havido uma redução da taxa padronizada de mortalidade de 23% entre 2009 e 2013, nas faixas etárias abaixo dos 65 anos. Segundo Cristina Bárbara, “somos o segundo país da Europa com a pior taxa de mortalidade por pneumonia”. O aumento da cobertura da vacinação antipneumocócica e antigripal podem, segundo a diretora do Programa Nacional Para as Doenças Respiratórias, ajudar a reverter esta situação. No entanto, para Adalberto Campos Fernandes, é também preciso melhorar as condições de vida dos idosos. “Há uma relação entre a pobreza e a doença”, afirmou o Ministro da Saúde, sublinhando as dificuldades financeiras desta população mais frágil, nomeadamente para manter as casas aquecidas.

“Somos o segundo país da Europa com a pior taxa de mortalidade por pneumonia”, Cristina Bárbara, diretora do PNDR

“Já no que respeita à asma e à DPOC estamos entre os países que apresentam menor taxa de mortalidade”, adiantou Cristina Bárbara.
Um dos dados revelados neste relatório que suscita maior preocupação por parte das autoridades de saúde prende-se com a existência de assimetrias regionais das taxas de mortalidade, sendo os Açores e a Madeira as regiões onde a mortalidade por doença respiratória foi mais elevada.

Relativamente à fibrose pulmonar, tem vindo a verificar-se um aumento, para já, inexplicado, da incidência, no entanto, a criação no futuro de centros nacionais de referenciação poderá vir a ter um reflexo positivo na redução da mortalidade dos portadores desta patologia.

Encargos com saúde

Relativamente aos encargos com os cuidados de saúde, “as doenças respiratórias representam a quinta principal causa de internamento e a primeira causa de mortalidade intra-hospitalar”, alertou Cristina Bárbara. Verificou-se, porém, uma redução da taxa de internamentos por DPOC e a tendência para a estabilização dos internamentos devido a asma. Relativamente a este indicador, a diretora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias assumiu que há ainda espaço para melhorias, se forem otimizados os cuidados ambulatórios.
É, aliás, neste contexto que serão implementadas medidas já a partir deste ano. Segundo Fernando Araújo, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, “em todos os ACES deverá ser disponibilizado o exame de espirometria” para avaliação da função pulmonar para o diagnóstico da DPOC.

Cátia Jorge

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