Resultados do estudo PREVANEDIA vão revelar prevalência nacional de neuropatia diabética

O 14.º Congresso Português de Diabetes começou hoje e decorre até  11 de março no Centro de Congressos do Algarve, em Vilamoura. Promovida pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), esta reunião, conta com um vasto leque de convidados de renome internacional, bem como, com inúmeras sessões científicas que procurarão abranger não só os profissionais da área da Diabetologia, mas também profissionais de outras áreas. Neste congresso, amanhã, dia 10 de março, o Grupo de Estudos da Neuropatia Diabética (GRENEDI) da SPD vai apresentar os dados preliminares do estudo PREVANEDIA que vão revelar a prevalência nacional de neuropatia diabética.

O estudo PREVANEDIA foi lançado em 2015 pelo GRENEDI, com o objetivo de conhecer a prevalência da neuropatia diabética em Portugal. Este trabalho foi idealizado e desenhado por José Luíz Medina, Rui Cernadas, Henrique Barros, e José Pereira Monteiro.“É essencial ter uma maior noção da prevalência de um dos problemas que mais afeta as pessoas com diabetes. Apesar de subdiagnosticada, a neuropatia diabética é uma das complicações mais frequentes da diabetes, podendo ser dolorosa e predominantemente sensitiva. A neuropatia diabética evolui de forma traiçoeira, durante algum tempo, sem sintomas ou sinais, podendo tornar-se causa de grande sofrimento para as pessoas com diabetes, sobretudo pelas dores que pode provocar, pela incapacidade física e pelas repercussões no sistema nervoso autónomo”, afirmou Ana Luísa Costa, Presidente do GRENEDI.

A neuropatia diabética manifesta-se através de sintomas como dormência ou sensação de queimadura nos membros inferiores, formigueiro, picadas, choques, agulhadas nas pernas e pés, desconforto ou dor e perda da sensibilidade táctil, entre outras. Para que exista um diagnóstico correto tem de haver uma caracterização de um quadro clínico com os sinais e sintomas mais típicos bem como a realização de testes neurológicos. No que toca à sua evolução, o endocrinologista José Luiz Medina, explicou que “evolui de forma traiçoeira, durante algum tempo sem sintomas ou sinais, mas que pode ser causa de grande sofrimento para as pessoas com diabetes, sobretudo pelas dores que pode provocar, pela incapacidade física e pelas repercussões sobre o sistema nervoso autónomo”. No caso da neuropatia sensitivo-motora, esta patologia chega mesmo a ser “o principal fator de risco para o desenvolvimento de úlceras no pé diabético, que por sua vez são responsáveis por cerca de 85% das amputações ocorridas em pacientes diabéticos, pelo que o investimento na prevenção é fundamental”, acrescentou o endocrinologista.

A Diabetes é uma doença à qual estão associadas várias complicações crónicas microvasculares, exemplo disso são a neuropatia e a retinopatia que também estará em destaque no Simpósio do GRENEDI. Atualmente, a retinopatia constitui a maior causa de cegueira nos adultos entre a faixa etária dos 20 aos 74 anos de idade. A prevalência desta complicação aumenta com a duração da doença e afeta mais de 60% dos doentes com diabetes tipo 2 com mais de 20 anos de evolução da doença. Para Ana Luísa Costa, médica de Medicina Geral e Familiar “é fundamental debater as complicações associadas à diabetes de modo a apoiar e promover o intercâmbio de conhecimento médico e científico em áreas como a neuropatia diabética e retinopatia, com destaque para as atuais dificuldades sentidas no seu diagnóstico e tratamento, proporcionando assim um debate sobre as futuras perspetivas necessárias para melhorar o estado atual desta situação”, concluiu.

Por Rita Rodrigues

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