Tabaco mata 12 000 portugueses por ano

“A epidemia do tabaco continua a ser a principal causa de morte evitável em todo o mundo”, alertou Fernando Araújo, esta manhã, em Lisboa, durante a apresentação do relatório da Direção Geral da Saúde, Portugal – Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015.

O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde sublinhou que, mascarado de cancro, de doenças respiratórias, de doenças do aparelho respiratório, de diabetes ou de tuberculose, “o tabaco foi, de acordo com estimativas para 2013, a causa de morte de 12 000 portugueses, o que representa cerca de 11% do total de óbitos, assumindo-se como o principal fator de risco comportamental em ambos os sexos”.
Um em cada cinco portugueses com idade igual ou superior a 15 anos fuma, sendo que a prevalência é “duas vezes superior no sexo masculino”. Ainda assim, a prevalência do consumo de tabaco desceu de 20,9% em 2005/2006 para 20% em 2014.

O representante do Ministério da Saúde assumiu que a cobertura nacional de consultas de cessação tabágica é insuficiente e garantiu que está em curso um programa de alargamento da rede destas consultas, nomeadamente ao nível dos Cuidados de Saúde Primários. “O que se pretende é que cada ACES tenha a sua consulta de cessação tabágica e, neste momento já estamos a trabalhar nesse sentido com a ARS do Norte”.

“O tabaco foi, de acordo com estimativas para 2013, a causa de morte de 12 000 portugueses”, Fernando Araújo, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde

De acordo com o relatório da DGS, 92.1% dos residentes em Portugal que deixaram de fumar não tiveram qualquer apoio e apenas 3,6% recorreram a ajuda médica ou a medicamentos. Neste contexto, “tem de ser melhorada a acessibilidade a estas consultas, até porque, sem apoio é maior o risco de recaída”. Além disso, anunciou Fernando Araújo, “tem de ser facilitado o acesso aos medicamentos que ajudam a deixar de fumar, nomeadamente com a comparticipação destes tratamentos”.
A par destas medidas, “a partir do próximo dia 1 de maio, todos os maços terão imagens ilustrativas no sentido de sensibilizar os fumadores para os malefícios do tabaco”.

Diminuiu a exposição ao fumo ambiental

Na perspetiva de Emília Nunes, o dado mais preocupante deste relatório é a redução da percentagem, em cinco pontos percentuais, das pessoas que nunca fumaram (62,9% em 2005/2006 e 58,2% em 2014), “o que traduz um aumento da experimentação do consumo e do risco de estas pessoas se tornarem dependentes”, afirmou a coordenadora do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, alertando para o facto de “em 20 ou 30 anos serem estas as pessoas que vão sofrer de doenças relacionadas com o tabaco”.
Quanto à exposição passiva ao fumo, a legislação em vigor contribui para uma redução deste indicador, contudo, por ano, 400 portugueses “fumadores em segunda mão” morrem por causa do tabaco. Os espaços de lazer (“sobretudo espaços de diversão noturna”), a casa e o trabalho são os principais locais de exposição ao fumo ambiental.
Do ponto de vista regional, “os Açores continuam a apresentar a mais elevada prevalência de tabagismo” e no que respeita aos grupos etários, a maior parte dos fumadores tem entre 25 e 49 anos. “Temos, portanto, de conseguir que os jovens deixem de fumar”.

Nos homens, o cancro é a maior causa de perda de anos de vida saudável atribuível ao tabaco, nas mulheres o tabaco está mais associado às doenças respiratórias e do aparelho circulatório. Uma em cada cinco mortes observadas em pessoas, de ambos os sexos, entre os 45 e os 64 anos, são atribuíveis ao consumo de tabaco.
As metas inicialmente propostas pelo Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo consistiam na redução de dois pontos percentuais da prevalência do consumo de tabaco. Contudo, considerando que, em dez anos, apenas foi possível reduzir um ponto percentual, “o Programa será continuado”, como garantiu Francisco George, Diretor Geral da Saúde.

Cátia Jorge

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