Técnicas Endoscópicas: uniformizar procedimentos diagnósticos para responder aos novos desafios

Nos passados dias 8 e 9 de julho, a Comissão de Trabalho de Técnicas Endoscópicas (CTTE) da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) realizou a sua reunião anual nas Caldas da Rainha.

“Tradicionalmente a reunião inicia-se com a apresentação e discussão de casos clínicos que merecem destaque pela gravidade de apresentação, dificuldade de resolução técnica ou raridade”, descreve a Dr.ª Gabriela Fernandes, coordenadora da CTTE. “Este ano, “foram discutidos seis casos, destacando-se, num deles, a importância da existência de uma rede de referenciação para situações clínicas que necessitam de intervenção broncológica emergente”, acrescentou.

Nesta reunião, o debate centrou-se na otimização da colheita e processamento das amostras biológicas obtidas através das diferentes técnicas diagnósticas acessórias da broncoscopia, utilizadas no diagnóstico de três grandes grupos de patologias: infeciosa, neoplásica e do interstício.

Nesta reunião, o debate centrou-se na otimização da colheita e processamento das amostras biológicas obtidas através das diferentes técnicas diagnósticas acessórias da broncoscopia, utilizadas no diagnóstico de três grandes grupos de patologias: infeciosa, neoplásica e do interstício.

No âmbito da pneumonia associada ao ventilador (PAV) e da pneumonia nos doentes imunocomprometidos foram discutidos os desafios diagnósticos e a importância da estreita colaboração entre pneumologistas e médicos de outras especialidades. Segundo a Dr.ª Gabriela Fernandes, “A colaboração do pneumologista é fundamental para a avaliar a pertinência e a realização do lavado broncoalveolar, cuja correta execução contribuirá para a identificação etiológica e para o uso racional de antibióticos”.

Relativamente ao cancro do pulmão, foi abordado o desenvolvimento de terapêuticas dirigidas a diferentes alvos moleculares, assim como as novas exigências diagnósticas da imunoterapia. Discutiu-se a importância da obtenção de amostras em número, quantidade e qualidade adequadas para permitir todos os estudos necessários, moleculares e imunohistoquimicos, que a oncologia pulmonar moderna exige.

Quanto às doenças intersticiais difusas, a importância do lavado broncoalveolar foi reforçada, face ao aumentado significativo do número de procedimentos nos últimos anos. Para o diagnóstico da sarcoidose, “a punção aspirativa transbrônquica guiada por ecoendoscopia (EBUS-TBNA) tornou-se um exame incontornável”. Foi dado particular realce à criobiopsia e sua crescente importância para o esclarecimento das doenças pulmonares difusas, tendo sido discutidos aspetos práticos da sua realização que podem influenciar a qualidade das amostras”, descreveu a Dr.ª Gabriela Fernandes.

A discussão, relativamente à patologia neoplásica e intersticial, foi enriquecida pela colaboração de uma especialista em Anatomia Patológica que deu a perspetiva da exigência laboratorial em todo o trajeto percorrido pela amostra, desde a colheita pelo broncologista, até ao diagnóstico final. Reforçou a importância da comunicação entre as especialidades como ferramenta imprescindível para se obter o diagnóstico patológico e molecular, central para a decisão terapêutica.

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Participantes da reunião da Comissão de Trabalho de Técnicas Endoscópicas (CTTE)

De forma resumida, a Dr.ª Gabriela Fernandes considera que “nesta reunião foi sublinhada a importância da uniformização dos procedimentos diagnósticos, de modo a se atingir a acuidade diagnóstica adequada, capaz de responder aos desafios crescentes. Foi reforçado o valor do trabalho em equipa multidisciplinar, padrão da medicina atual”.
 

“Endoscopia respiratória é um dos pilares da Pneumologia”

De acordo com a pneumologista, a endoscopia respiratória é um dos pilares da especialidade e, na comissão de técnicas da SPP discutem-se assuntos relacionados com a broncoscopia diagnóstica e terapêutica e com técnicas pleurais.

Na sua vertente diagnóstica, “a endoscopia é fundamental para o diagnóstico e estadiamento de tumores torácicos, diagnóstico de doenças intersticiais difusas e de infeções pulmonares”. Do ponto de vista terapêutico, “através da broncoscopia de intervenção, realizam-se inúmeros tratamentos endoscópicos como desobstrução traqueobrônquica, remoção de corpos estranhos e colocação de próteses, que permitem a paliação de sintomas e a resolução de situações emergentes que comprometem a via aérea”, explica a Dr.ª Gabriela Fernandes.

Dentro das técnicas pleurais, a especialista destaca a toracoscopia médica “que permite o esclarecimento diagnóstico de grande parte da patologia pleural e algumas intervenções terapêuticas”. Mais recentemente, a utilização de ecografia torácica acrescentou segurança e rentabilidade aos procedimentos pleurais.

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