The World vs MS: Equipa portuguesa vence 2.º lugar em concurso europeu com projeto “BladdeRunner”

“The World VS Multiple Sclerosis” foi o mote que juntou nove equipas da Europa em Amesterdão nos dias 19 e 20 de novembro com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos doentes com esclerose múltipla. Este foi o primeiro “Hack Event” europeu promovido pela Sanofi Genzyme, que contou com a participação de duas equipas portuguesas, tendo uma delas sido reconhecida com o 2.º prémio.

De Portugal, Espanha, Itália e Holanda rumo ao HackAMSterdam, mais de 30 pessoas aceitaram o desafio de, em 36 horas de trabalho, desenvolver soluções inovadoras para dar resposta aos desafios diários das pessoas com esclerose múltipla. Mobilidade, incontinência urinária e controlo da temperatura foram os desafios selecionados a partir da submissão de ideias de toda a Europa, numa primeira fase da mesma iniciativa.

Contrariamente ao que é normal nos hackathons, muitos dos participantes são pessoas que vivem com esclerose múltipla e que puderam, assim, ter um papel ativo na gestão da sua doença e contribuir ativamente para melhorar a sua qualidade de vida.

“BladdeRunner” foi o projeto desenvolvido e apresentado por uma das equipas portuguesas para o controlo da bexiga que mereceu destaque no pódio. Trata-se de uma aplicação para smarthphones posicionada como ‘o “TripAdvisor” para a bexiga’. Inclui um diário dos padrões da bexiga, ajudando a prever os hábitos urinários – bladder diary; e uma secção de “chat” com outros utilizadores da aplicação – bladder talks; para além de um guia integrado que permite aos portadores de esclerose múltipla encontrar e avaliar as melhores casas de banho. O botão adicional “SOS” disponibiliza um cartão digital de acesso prioritário às instalações sanitárias.

equipa 12.º lugar HackAMSterdam: Catarina Farinha, Patrícia Rebelo e João Medeiros

O Raio-X foi falar com a equipa vencedora do 2.º lugar que, individualmente, deixou o seu testemunho sobre este desafio.

Leia aqui os testemunhos na primeira pessoa:

 

João Medeiros

Doente com esclerose múltipla

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“Sempre aceitei desafios! Gosto do desafio não só pela simples hipótese de o poder ganhar, como, em caso de derrota, poder aprender algo de novo. Um desafio implica uma oportunidade e as oportunidades têm sempre um local, uma data e uma hora previamente definidos para a sua materialização. Desta vez o desafio proposto era sem dúvida uma oportunidade. A oportunidade de poder ajudar pessoas doentes com esclerose múltipla e seus cuidadores, também eles, desafiados no seu dia-a-dia pelas vicissitudes da doença.

Inspirados pela cidade holandesa de Amesterdão, onde se realizou o The World vs MS, promovido pela Sanofi Genzyme, as 36 horas que se seguiram foram fundamentais para a apresentação da nossa ideia. Estávamos cientes que o desafio implicaria um compromisso sério e muita dedicação. Recordei uma frase de Anne Frank, que no seu “Diário” escreve: “Eu sei o que quero, tenho um objetivo, tenho uma opinião, tenho uma crença e um amor.”. O B. Amsterdam, local do evento, representa o maior ecossistema de startup´s da Europa. Com uma área de 28.000 m² dividida em dois edifícios, esta antiga sede da IBM é um espaço dedicado à inovação e criatividade a vários níveis.

A nossa ideia, outrora embrionária, que já vinha de Portugal, carecia da sua montagem, como se de um puzzle se tratasse. Era agora necessário aprimorá-la e dá-la a conhecer. Teria que ser de uma forma simples, rápida e com uma estratégia de comunicação deveras eficiente. No final das 36 horas, o reconhecimento e aceitação da nossa ideia, garantiu-nos um honroso segundo lugar. Estivemos sempre cientes que o nosso projeto, na sua génese, foi idealizado de pessoas e para pessoas, com o objetivo único de servir. Passar uma mensagem, um ideário, nem sempre é uma tarefa fácil. Anne Frank no legado que deixou, também está implícita uma mensagem, uma missão, independentemente da raça, da cultura e da religião. Também nós demos o nosso contributo, também nós escrevemos o nosso diário, o “Diário de uma Ideia”.

(Bem hajam Catarina Farinha e Patrícia Rebelo, pelo vosso empenho e dedicação).”

 

Catarina Farinha

Membro do grupo de alunos da Escola Superior de Comunicação Social que o ano passado venceu o Prémio Melhor Campanha de Comunicação para a Esclerose Múltipla

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“O HackAMSterdam foi, para mim, uma surpresa muito positiva em todos os aspetos. As quase 48 horas em que estive completamente submersa no desenvolvimento da ideia da minha equipa permitiram-me conhecer pessoas de toda a Europa, que de uma forma ou outra estão ligadas à EM. Os experts, os participantes, o staff e, claro, o João e a Patrícia, fizeram com que eu me empenhasse ainda mais para contribuir para melhorar, nem que seja apenas um pouco, a vida dos doentes de EM. Tive a sorte de estar numa equipa que se esforçou ao máximo para fazer a diferença e ter orgulho da solução que propôs e penso que saímos todos de Amesterdão com a sensação de dever cumprido!”

 

Patrícia Rebelo

Jornalista especializada

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“Trinta e seis horas intensas, até para quem está habituada à correria das redações, aos fechos de edição às tantas da manhã, ou às viagens madrugada fora. A intensidade que todos sentimos em tão pouco tempo tem uma explicação simples: a oportunidade de fazer a diferença. Poucas vezes na vida podemos ter um papel real na mudança, na melhoria, na evolução. Esta foi, sem dúvida, uma oportunidade única para contribuir para um mundo um bocadinho mais feliz, porque mais fácil e mais justo. E, quem mais indicado para desenvolver soluções para uma doença crónica como a EM do que as pessoas que convivem com esta condição diariamente? Uma iniciativa brilhante da Sanofi Genzyme que vai ficar no curso da história desta doença. Porque tudo começa com uma ideia. E não há nada mais poderoso do que uma ideia. É o mundo, todos nós, concentrados numa só ideia, contra a esclerose múltipla.”

A esclerose múltipla afeta cerca de 5.000 pessoas em Portugal e mais de 2 milhões em todo o mundo. Trata.se de uma doença inflamatória crónica do sistema nervoso central que se manifesta em jovens adultos, entre os 20 e os 40 anos de idade, e que interfere com a capacidade do doente em controlar funções como a visão, a locomoção, e o equilíbrio, afetando a sua qualidade de vida e, igualmente, das suas famílias e cuidadores.

Para mais informações, consulte o Portal Oficial: https://www.theworldvsms.com/

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