“White Book”: GESCAT lança plano de ação para combater tromboembolismo venoso em doentes com cancro

Foi no passado dia 21 de novembro que o Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT) apresentou, em Lisboa, o “White Book”, programa para reduzir o impacto negativo da trombose associada ao cancro (CAT), contando com a presença de um conjunto de especialistas e de entidades da área da saúde que participaram num debate aberto moderado pela jornalista Ana Filipa Nunes.

Os doentes oncológicos apresentam um risco significativo de desenvolvimento de tromboembolismo venoso (TEV), particularmente trombose venosa profunda e embolia pulmonar, potencialmente fatal. O TEV representa a segunda causa de morte nos doentes oncológicos, sendo que um em cada cinco doentes com cancro sofre um episódio de TEV no curso da sua doença. Adicionalmente, os custos do tratamento dos doentes com TEV e cancro é significativamente superior aos dos restantes doentes oncológicos, com uma qualidade de vida inferior. “Sendo uma situação que pode minimizada e prevenida, não faz sentido que esteja a acontecer com este impacto, e essa foi a razão pela qual um grupo internacional de especialistas se reuniu para preparar um documento com recomendações para melhorar os resultados em saúde e reduzir a mortalidade destes doentes”, explicou o presidente do GESCAT, Dr. Sérgio Barroso, no dia da apresentação do “White Book”. “Este relatório com as conclusões do grupo de especialistas mais não é do que uma constatação do problema por um lado e, por outro, constitui também um plano de ação dirigido aos intervenientes desta área para tentarmos minimizar este problema”, acrescentou o médico oncologista.

Este “White Book” já tinha sido apresentado na Embaixada Dinamarquesa em Bruxelas, no dia 12 de outubro de 2016 e no Parlamento Europeu no dia 13 de outubro de 2016. A versão portuguesa chegou algum tempo depois pela voz do GESCAT, pelo que o grupo aproveitou para discutir, numa Mesa Redonda, o Plano de Ação proposto (com priorização e definição de timeline de projetos para cumprimento dos objetivos propostos), envolvendo as principais sociedades científicas ligadas a este tema, e a representação política e económica do setor. O objetivo do plano de ação é alargar a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado do TEV a todos os doentes oncológicos de forma a reduzir a mortalidade da trombose associada ao cancro.

“Esta é uma doença à qual se dá pouca importância e que não está na ordem do dia, quer da parte dos profissionais de saúde, quer da sociedade em geral”, reforçou o Dr. Sérgio Barroso, salientando que “os profissionais de saúde responsáveis pelo tratamento dos doentes oncológicos devem proceder à avaliação frequente do risco de TEV específico para cada doente, tipo de tumor e tratamento utilizado”. O GESCAT lembrou, durante a apresentação destas recomendações, que é urgente aumentar a prescrição de tromboprofilaxia nos doentes com cancro.

Para alcançar estes objetivos, o grupo que se dedica ao estudo do TEV associado ao cancro considera que devem ser envolvidos os seguintes grupos de interesse:

  • doentes e seus familiares e prestadores de cuidados;
  • médicos especialistas em Oncologia Médica, Imunohemoterapia, Medicina Interna, Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular, Radiologia, Medicina Geral e Familiar, Medicina Paliativa, entre outros;
  • enfermeiros
  • farmacêuticos
  • responsáveis políticos
  • administrações hospitalares
  • associações de doentes
  • meios de comunicação social
  • associações médicas profissionais

“Só com a ajuda destes intervenientes poderemos alcançar uma perspetiva multidisciplinar e centrada no doente, transformando este “White Book” num “Color Book””, afirmou o Dr. Sérgio Barroso. Para isso, o plano de ação contempla sete passos iniciais, entre os quais disponibilizar informação sobre TEV associado ao cancro (para doentes, meios de comunicação social e sociedade em geral), aumentar a sensibilização dos profissionais de saúde e dos responsáveis políticos para este problema, implementar orientações clinicas sobre prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do TEV, comparticipar a classe de fármacos mais eficaz para tratar esta situação (as heparinas de baixo peso molecular), entre outros.

Por Patrícia Rebelo

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