“A redução da densidade óssea é particularmente comum em mulheres na pós-menopausa”

Uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens, com idades acima dos 50 anos, vai sofrer uma fratura por fragilidade óssea no tempo que resta das suas vidas. Em Portugal, a doença afeta entre 700 mil e 800 mil pessoas, particularmente do sexo feminino. Em declarações ao Raio-X, antecedendo o Dia Mundial da Osteoporose, que se assinala amanhã, 20 de outubro, o presidente da Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas (SPODOM), Mário Mascarenhas afirma que, embora a osteoporose não tenha cura, “a prevenção deve ser feita durante toda a vida com a adoção de hábitos saudáveis”.

A osteoporose é a doença metabólica do osso caracterizada “pela diminuição da massa óssea e deterioração da sua arquitetura, conduzindo ao aumento das deformações dos ossos e também ao risco de fratura”, explica Mário Rui Mascarenhas, professor de Endocrinologia da Faculdade de Medicina de Lisboa, presidente da Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas (SPODOM) e endocrinologista no Serviço de Endocrinologia do Hospital de Santa Maria, alertando que “basta um traumatismo com impacto de energia baixa a originar fraturas que podem ser muito graves e pôr em risco a vida do doente”.

Esta patologia pode ter causa genética ou estar diretamente associada ao envelhecimento, sendo que, “com o passar dos anos, o organismo perde, de forma progressiva, a capacidade de absorção do cálcio”. No entanto, algumas medicações (assentes na cortisona e alguns utilizados para o tratamento dos cancros da mama e da próstata), bem como algumas doenças, como é o caso da asma, das doenças endócrinas, nomeadamente hipertiroidismo, e também das doenças reumáticas, podem predispor para o desenvolvimento de osteoporose. Por sua vez, também alguns hábitos de vida, tais como o sedentarismo (por opção ou por doença crónica em que é imposta a imobilização), o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas e a má alimentação podem ser fatores de risco para esta patologia.

Na maioria dos casos, a osteoporose é assintomática, mas pode ser detectada por meio da fratura de algum osso após traumatismo de baixo impacto. Também como indicativo de osteoporose pode ser considerada a diminuição da estatura em 4 a 6 centímetros, bem como os ombros caídos. O diagnóstico precoce (antes de uma fractura) é feito através da avaliação dos sintomas e com a realização de uma densitometria óssea, que indicará a perda de massa óssea. Segundo o presidente da SPODOM “a osteoporose pode aparecer em qualquer idade, embora nos jovens não sejam conhecidos muitos casos. No entanto, a redução da densidade óssea é particularmente comum em mulheres na pós-menopausa, devido à queda dos níveis de estrogénios”. De acordo com estudos recentes, a incidência geral de fraturas por fragilidade em mulheres é maior do que a incidência de ataque cardíaco, derrames e cancro da mama combinados. Por sua vez, no homem “essa perda de massa óssea não é tão marcada, ocorrendo de forma mais gradual, exatamente porque não existe a andropausa generalizada, ao contrário do que acontece com a menopausa, nas mulheres”. No sexo masculino, as fraturas aparecem normalmente depois dos 70/75 anos e no sexo feminino depois dos 65.

“A prevenção da osteoporose deve ser feita durante toda a vida com a adoção de hábitos saudáveis”, afirmou o especialista Mário Mascarenhas alertando ainda para as inúmeras formas de “fazer essa prevenção”, tais como:

  • A prática regular de exercício físico de forma a combater o sedentarismo;
  • Expor-se diariamente à luz solar, 30 minutos por dia, para aumentar a produção de vitamina D, o que pode estimular a absorção do cálcio;
  • Fazer uma boa ingestão de nutrientes ricos em cálcio (as pessoas que ingerem menos quantidade de cálcio estão mais predispostas para as fraturas);
  • Efectuar a medicação deletéria para o tecido ósseo só durante o tempo necessário, não exceder as doses e procurar faze-las pela dose mínima possível;
  • Evitar o consumo de álcool e o tabagismo;
  • Prevenir as quedas de forma a diminuir o risco de fraturas, por exemplo, retirar os tapetes de casa e ter cuidado na calçada portuguesa, sobretudo as mulheres, com os saltos altos.

Mário Mascarenhas declara que “embora esta doença não tenha cura, o tratamento pode ser realizado com vista ao melhoramento da densidade óssea, de forma a deixar os ossos mais fortes e com menos risco de fratura e, simultaneamente, melhorar a qualidade de vida dos doentes”. Este tratamento pode ser realizado com fármacos, através da alimentação ou de exercícios para toda a vida. Face a um diagnóstico de osteoporose, a maioria das vezes o médico recorre a medicamentos, coadjuvados de cálcio e vitamina D. A maioria deles “vai inibir a reabsorção/perda óssea”, outros “vão estimular a formação óssea”. Alguns “atuam sobre ambos os mecanismos”. Estes podem ser administrados por “via oral, de forma diária, semanal ou mensal ou por via injetável diária ou anualmente”.

Como mensagem final no âmbito do Dia Mundial da Osteoporose, o médico endocrinologista, Mário Mascarenhas apela a que os doentes “continuem a amar os seus ossos e tomem cuidado com eles. Tenham uma vida equilibrada no que diz respeito à atividade física, à exposição à luz solar e à ingestão de certos alimentos ricos em cálcio”, remata.

Por Rita Rodrigues

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