Crónica NeuroSer: A Musicoterapia na Demência

O que é a musicoterapia?

A musicoterapia é uma intervenção baseada na utilização da música e/ou dos seus elementos constituintes (ritmo, melodia e harmonia) e é um importante meio de intervenção não só nas crianças, como também na população idosa, incluindo as pessoas com Alzheimer ou outra demência.

Tem como principal objetivo facilitar e promover a comunicação, a interação social, as expressões emocionais, bem como melhorar as capacidades físicas como a coordenação motora, as capacidades cognitivas, a atenção e a memorização. A musicoterapia pretende desenvolver e/ou restaurar potenciais funções da pessoa para uma melhoria na sua qualidade de vida.

guitarra - Cópia

Existem várias intervenções neste âmbito que incluem:

  • Tocar um instrumento (promover o ritmo e sincronização);
  • Cantar (memorização e atenção);
  • Associar movimentos à música (coordenação motora);
  • Ouvir música/identificar sons (associação e raciocínio);
  • Dançar (interação social).

Quais os resultados da musicoterapia?

Está demonstrado que as memórias musicais se conservam, mesmo em fases mais avançadas da demência, porque as áreas cerebrais responsáveis pelas memórias musicais são diferentes das responsáveis pelas outras memórias (episódica, semântica e a autobiográfica).

As atividades musicais têm demonstrado um grande sucesso não só nas pessoas com Doença de Alzheimer ou outras demências, mas também nos seus cuidadores.

Está demonstrado que as memórias musicais se conservam, mesmo em fases mais avançadas da demência, porque as áreas cerebrais responsáveis pelas memórias musicais são diferentes das responsáveis pelas outras memórias

As pessoas com demência são reativas à música e até em fases avançadas da doença conseguem aprender e reconhecer músicas. Os principais resultados, verificados com esta abordagem, nesta população específica, incluem:

  • Incentivo da estimulação do movimento, ocorrendo uma melhoria da coordenação motora espontânea;
  • Melhoria da interação social em grupo e com os seus cuidadores/familiares;
  • Indução de emoções fortes que podem diminuir sintomas como a depressão, a ansiedade e a agitação;
  • Um meio de comunicação privilegiado nas fases mais avançadas da demência, devido à natureza não-verbal da música;
  • Evocação de memórias, sendo por isso importante escolher músicas que sejam da preferência e vivência das pessoas, pois irão potenciar as suas memórias auto-biográficas;
  • Promoção do bem-estar geral.

A música é amplamente acessível, fácil de utilizar e apreciada pela maioria das pessoas. A sua capacidade única de despertar tanto emoções, como memórias significativas, pode potencialmente fornecer um meio para desenvolver uma viagem ao passado e promover sentimentos de interligação com os seus cuidadores e outras pessoas com demência.

Revisão Clínica: Mariana Mateus

Crónica quinzenal da autoria NeuroSer.

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