Crónica NeuroSer: Dicas para as Férias de Verão

As férias do Verão estão aí e parece que o bom tempo veio para ficar! Estes momentos livres de compromissos profissionais são uma ótima oportunidade para desfrutar da companhia dos seus familiares e amigos.

Para quem tem Alzheimer ou outra demência ou para quem cuida de alguém com demência, as férias requerem um planeamento um pouco mais cuidado. O conforto e o bem-estar da pessoa em questão são prioritários, mas por vezes o calor, as deslocações e a confusão dificultam essa missão.

Aqui ficam algumas dicas que podem contribuir para que as suas férias sejam mais tranquilas:

  1. Não esquecer a hidratação:

Nesta época do ano devemos reforçar a quantidade de líquidos que ingerimos. Com o calor, o nosso corpo produz mais suor de forma a regular a sua temperatura interna. Assim, é fundamental repor a água que perdemos. Quando fazemos exercício físico e está calor devemos redobrar este cuidado (pode significar ingerir líquidos mesmo quando não temos sede).

Alguns sinais de desidratação incluem: dor de cabeça, perda de apetite, confusão, fadiga e irritabilidade. Tenha atenção a estas manifestações e promova a ingestão de líquidos (água, infusões, sumos sem açúcar, sopas mais líquidas) entre miúdos e graúdos!

pexels-photo-87383-largePromova a ingestão de líquidos (água, infusões, sumos sem açúcar, sopas mais líquidas)

  1. Não esquecer a medicação:

Sabia que, em Portugal, os idosos estão medicados com uma média de 7 fármacos? No caso de pessoas que foram diagnosticadas com demência, este número é muitas vezes superior. A polimedicação requer alguma disciplina e capacidade de organização.

Se tiver planeada alguma deslocação estas férias, é muito importante garantir que leva consigo todos os medicamentos e as respetivas prescrições (no caso destes acabarem).

As caixas de armazenamento de medicamentos que têm divisórias em função do dia da semana e da hora da toma (pequeno-almoço; almoço; lanche; jantar) são uma boa solução e podem ser adquiridas nas farmácias e em alguns hipermercados. Este sistema permite que o doente ou os cuidadores façam uma gestão mais tranquila da medicação.

medications-cure-tablets-pharmacy-51004-largeA polimedicação requer alguma disciplina e capacidade de organização

  1. Levar informação clínica relevante

No caso de ser necessário visitar o médico longe do local de residência da pessoa com Alzheimer ou outra demência, é importante fazer-se acompanhar da sua informação clínica mais relevante, nomeadamente o diagnóstico de demência (doença de Alzheimer, demência vascular ou outra) e o tempo de evolução; uma listagem dos medicamentos que toma; outras condições médicas conhecidas; entre outras informações relevantes.

  1. Garantir que o alojamento é adequado

À chegada, inspecione a segurança do local. Se possível, ponha de parte tapetes ou outros objetos que possam provocar quedas e retire as chaves da fechadura nos quartos e casas-de-banho para evitar que a pessoa com demência se feche no interior.

Verifique o mecanismo de abertura das portas para a rua e garanta que a pessoa com demência não corre o risco de se perder lá fora. É muito importante lembrar que, quando a pessoa com demência tem necessidade de deambular, não deve ser impedida. Aproveite a oportunidade para dar um passeio ao ar livre e garanta que a pessoa leva consigo a sua identificação (nome) e os contactos dos cuidadores.

  1. Evitar mudanças abruptas

Caso exista deslocação para fora de casa, poderá ser uma boa ideia levar alguns objetos com significado para a pessoa com Alzheimer ou outra demência, para que esta se sinta mais confortável no novo local.

Privilegie, sempre que possível, a manutenção de algumas rotinas (horários, hábitos).

  1. Aproveitar!

Aproveite para dar alguns passeios (promover a atividade física) e proporcionar à pessoa com Alzheimer ou outra demência experiências enriquecedoras.

Promova a estimulação sensorial através da exposição a diferentes texturas (areia, água, conchas, relva); sons (ondas do mar, chilrear dos pássaros, música relaxante); sabores (marisco, gelados, sumos de frutas); cheiros (maresia, mercado de peixe e de legumes) e imagens visuais (paisagem, animais, pôr do sol, movimento das ondas).

Não menos importante, a maior disponibilidade de alguns familiares pode ser uma boa oportunidade para o cuidador principal ter alguns momentos de descanso. A solução pode passar por estabelecer turnos entre os vários membros familiares para o cuidado da pessoa com demência.

Aproveitem e Boas Férias!

Revisão Clínica: Margarida Rebolo.

Crónica quinzenal da autoria NeuroSer.

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