“Esperamos que este seja um momento de discussão, de partilha de experiências e também um espaço de convívio”

O XXVI Congresso de Pneumologia do Norte começou hoje e decorre até amanhã na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto. A organização desta edição está a cargo do Grupo de Estudos de Pneumologia de Vila Nova de Gaia e da Unidade de Estudos de Pneumologia do Porto. Como forma de promover a atualização de conhecimentos, todos os anos a organização deste congresso tem como alvo a procura de temas com evidências recentes, segundo a Dr.ª Aurora Carvalho. A patologia estrutural do pulmão, a importância do microbioma, a atualização em temas ligados a doenças causadas por micobactérias e a patologia do foro cardiovascular, são alguns dos destaques da pneumologista do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho. “Um momento de discussão, de partilha de experiências e também um espaço de convívio” são as expectativas da presidente do congresso que conta com 500 participantes inscritos.

Raio-X (RX) – No Congresso de Pneumologia do Norte há sempre a preocupação de criar um programa transversal a todos os temas da patologia respiratória. Este ano, quais as mesas que destaca?

Aurora Carvalho (AC) – Na organização do Congresso de Pneumologia do Norte há sempre a preocupação dos responsáveis pela procura de temas que tenham sido alvo de atualizações recentes, que envolvem alguma controvérsia, ou que não tenham sido tratados em anos anteriores. Neste ano destaco a patologia estrutural do pulmão e a importância do microbioma.

Por sua vez, nos grandes temas da asma grave, DPOC, interstício e cancro do pulmão, habitualmente também existem habitualmente atualizações recentes. Apar disto, destaco ainda a atualização em temas ligados a doenças causadas por micobactérias e patologia do foro cardiovascular.

RXEste congresso tem vindo, ao longo dos anos, a abrir-se a outras especialidades que fazem fronteira com a Pneumologia, como é o caso da Radiologia e da Medicina Geral e Familiar. Qual a importância de estreitar relações com estas especialidades?

AC – À medida que avançamos em diferenciação e em complexidade, em termos de diagnóstico e tratamento, aumenta a necessidade de interação com outras especialidades. Sem dúvida que cada vez mais temos de interagir com outras especialidades e não só com a Radiologia, mas também diariamente com a Anatomia Patológica, a Cirurgia Torácica, a Microbiologia, são exemplos de outras áreas com quem trabalhamos diariamente. Uma abordagem multidisciplinar faz parte das boas práticas numa medicina moderna. Num congresso de dois dias não é possível abarcar todas essas alternativas, mas, se olharmos retrospetivamente, verificamos que ao longo dos anos acabamos por ter essa panorâmica.

O estabelecimento de pontes com a Medicina Geral e Familiar tem sido um exercício regular, não só a nível de reuniões e de formação, mas também numa relação de trabalho a nível de prática clínica mais regular e melhor estruturada, criando canais de ligação mais rápidos e eficientes. Estamos no bom caminho, mas ainda há muito trabalho a desenvolver. Estas pontes não se estabelecem só a partir dos próprios serviços, mas também devem ser apoiadas a nível institucional.

RX – Tabagismo, reabilitação respiratória, asma grave e antimicrobianos são os temas dos cursos deste ano. Porquê eleger estes quatro temas?

AC – Os temas dos cursos têm sido diversificados ao longo dos anos. O tabagismo é hoje reconhecido como uma área de intervenção importante na prevenção de doença, em particular de patologia respiratória, e todos os profissionais de saúde devem ter um papel ativo na luta contra o tabagismo, independentemente da sua área ou nível de atuação nos cuidados de saúde.

O papel da reabilitação respiratória é indiscutível em diferentes áreas da patologia respiratória e traz importantes ganhos em saúde em variadas patologias do foro respiratório. Os programas de reabilitação respiratória são uma arma importante, em  particular na melhoria de qualidade de vida que podemos proporcionar aos nossos doentes.

O curso de antimicrobianos foi pensado na perspetiva de atualizar conhecimentos nas novas formas de utilização de antibioterapia em patologia respiratória, salientando o papel da antibioterapia inalada. A importância de escolher e orientar corretamente uma terapêutica antibiótica, e o papel atribuído ao microbioma em patologia respiratória, justifica reservar um dia do congresso para discussão destes pontos.

RX – Quais as expetativas em relação a este congresso? Quantos participantes são esperados?

AC – Quando foram escolhidos os temas do congresso, o objetivo primário foi permitir uma atualização de conhecimentos, convidando palestrantes nacionais e estrangeiros que, com a sua experiência e conhecimento, transmitissem em 20 a 30 minutos uma atualização dos temas apresentados. Procuramos que os serviços de Pneumologia viessem mostrar a sua experiência. Com cerca de 500 inscrições no congresso e nos cursos onde se juntam profissionais de saúde de diferentes grupos profissionais e de diferentes especialidades, esperamos que este seja um momento de discussão, de partilha de experiências e também um espaço de convívio.

Por Cátia Jorge

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