Josephine alerta para a escoliose pediátrica

Sensibilizar a população e facilitar a referenciação precoce por parte de pediatras e especialistas de Medicina Geral e Familiar são dois dos principais objetivos da campanha que hoje foi lançada no Jardim Zoológico de Lisboa “Josephine explica a escoliose”. Josephine (ou Jo) é a girafa embaixadora da campanha que, com o seu longo pescoço e olhar doce, conquista a simpatia das crianças.

A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) e a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), com o apoio da Medtronic, uniram-se nesta primeira campanha nacional de esclarecimento sobre a escoliose pediátrica, a principal causa de deformidade da coluna em crianças e adolescentes.
Numa breve conferência dirigida sobretudo aos mais novos, Pedro Fernandes lembrou que “a escoliose é uma doença caracterizada por um desvio tridimensional da coluna que surge quando ocorre um desalinhamento das vértebras, formando uma espécie de S ou C na coluna”. Na perspetiva do ortopedista do Hospital de Santa Maria, esta campanha pretende sensibilizar pais e educadores para a importância do diagnóstico precoce desta doença para que a criança seja acompanhada de forma correta ao longo das diversas fases do seu crescimento”. É assim essencial que os pais e educadores estejam atentos a alguns sinais como “o desnível dos ombros, a proeminência do tórax ou a cintura descaída num dos lados”. Embora não sejam totalmente conhecidas as causas da escoliose, pode haver um fator genético que predispõe algumas crianças a um maior risco de desenvolvimento desta deformidade da coluna.
Segundo o especialista a escoliose afeta 2 a 3% das crianças, sendo que os primeiros sinais podem surgir na infância, na adolescência ou, mais raramente, na idade adulta. “A grande parte dos casos é pouco relevante, tem pouco impacto na qualidade de vida e não requer qualquer tipo de tratamento”.  Apenas os casos mais graves exigem tratamento que pode passar pela utilização de um colete para prevenir a progressão da escoliose e, em deformidades mais acentuadas, pela cirurgia.
“A eficácia do colete no controlo da progressão da escoliose foi demonstrada num estudo publicado em 2013 no qual foram comparados dois grupos de crianças e adolescentes. Num dos grupos, os participantes não faziam qualquer tipo de tratamento para a escoliose e no outro usavam colete. As diferenças foram de tal forma significativas que o estudo foi precocemente interrompido pela clara vantagem nas crianças que utilizavam o colete”, descreveu Pedro Fernandes.

Contornar a escoliose

Ricardo Jesus tem 20 anos, é tenista profissional e testemunhou a eficácia da utilização do colete na altura em que, pelos seus 16 anos, sofreu um agravamento da escoliose que lhe estava diagnosticada desde os 12.
“Jogava ténis profissional, participava em campeonatos, tinha um futuro promissor e, de um dia para o outro, disseram-me que tinha de interromper os meus sonhos pois só a cirurgia podia resolver o meu problema”, descreveu. Sem plano B para o seu futuro, Ricardo recusou-se a aceitar o abandono da atividade desportiva e começou a utilizar um colete para prevenir a progressão da deformidade da coluna. Continuou a treinar todos os dias, ganhou uma bolsa de estudo para frequentar o ensino superior no Mississippi onde está, atualmente, a concluir o curso de Economia.
“Para já, pretendo dar continuidade à minha carreira de tenista profissional pois a minha escoliose não afeta o meu desempenho”, sublinhou Ricardo, acrescentando que mais tarde poderá seguir uma profissão na sua área de formação académica.

Cátia Jorge

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