Recurso dos portugueses às urgências hospitalares é o dobro da média dos países da OCDE

A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) vão reunir-se no próximo dia 13 de outubro, em Lisboa, para alertar para as disfunções do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na resposta ao doente agudo, antes do Inverno e da instalação do caos nos Serviços de Urgência. A reunião envolve o grupo de reflexão da “Gestão do Doente Agudo em Portugal”.

“Em Portugal o recurso da população ao serviço de urgência é o dobro da média dos Países da OCDE. Nos últimos anos tem-se vindo a acentuar a tendência do recurso ao serviço de urgência hospitalar em detrimento da procura dos cuidados primários de saúde. Esta procura crescente faz com que as urgências hospitalares estejam sempre a trabalhar nos limites da eficiência e leva à ocorrência de múltiplas horas de espera no atendimento, ultrapassando em muito as recomendações da Triagem de Manchester, comprometendo a segurança dos doentes e dos profissionais”, alerta João Araújo Correia, presidente da Sociedade Portuguesa da Medicina Interna.

E acrescenta: “Era bom que houvesse a coragem política de fazer a publicitação de um circuito obrigatório para o Doente Agudo Não Emergente, que indicasse a necessidade do recurso primário ao centro de saúde, sendo garantido, o acesso fácil em horário alargado. Também são necessárias alterações significativas no financiamento dos hospitais e dos centros de saúde, dando incentivos diferenciados ao tratamento do doente agudo, de acordo com a missão natural de cada um.”

Espera-se que desta reunião conjunta entre a SPMI e a APMGF possa ser produzido um documento consensual, a ser divulgado publicamente e enviado ao Ministério da Saúde, à Direção-Geral da Saúde e às Administrações Regionais de Saúde.

A SPMI considera que o incremento das relações entre a Medicina Interna e a Medicina Geral e Familiar é uma condição fundamental para haver reais melhorias na eficiência do SNS. Por isso, em março de 2018, a SPMI e a APMGF assinaram um extenso memorando de intenções, que elenca muitas áreas de cooperação entre as duas especialidades e abre a possibilidade da realização de consensos, que possam servir de base aos decisores políticos.

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