Dílio Alves: DIE pretende dar visibilidade a uma doença sobre a qual existem preconceitos
Dia 8 de fevereiro assinalou-se o Dia Internacional da Epilepsia. A iniciativa da ILAE e da IBE representa, segundo Dílio Alves, mais um passo rumo à desmistificação da doença e à eliminação do preconceito. Segundo o presidente da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia, mais de 130 países celebraram este dia.
Raio-X – Em que contexto surge esta iniciativa de criar um Dia Internacional da Epilepsia e de que entidade partiu?
Dílio Alves – O Dia Internacional da Epilepsia foi criado por iniciativa conjunta da Liga Internacional e do Bureau Internacional contra a Epilepsia (ILAE e IBE), tendo sido definida a 2ª segunda feira do mês de fevereiro em cada ano. O primeiro foi celebrado no ano passado, a 9 de fevereiro.
As duas associações referidas agrupam associações de mais de 130 países a nível mundial e procuram formas de debater, na opinião pública, e junto às instituições com responsabilidade da área da saúde (Organização Mundial de Saúde, Parlamento Europeu), assuntos respeitantes à epilepsia e, nesse sentido, entre muitas outras iniciativas foi criado este Dia Internacional da Epilepsia.
RX – O que representa esta data para os doentes, para os seus familiares e para os profissionais que se dedicam a esta patologia?
DA – A data representa uma maior possibilidade de dar visibilidade a uma doença sobre a qual existem muitos preconceitos e ideias erradas que conduzem por vezes a tratamento menos adequados. Está prevista a adesão de mais de 130 países.
“O Dia Internacional da Epilepsia foi criado por iniciativa conjunta da Liga Internacional e do Bureau Internacional contra a Epilepsia (ILAE e IBE), tendo sido definida a 2ª segunda feira do mês de fevereiro em cada ano.”
RX – É mais um passo para a desmistificação da epilepsia?
DA – É certamente mais um passo importante.
RX – O Dr. Dílio Alves assumiu, no final do ano passado, a presidência da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia, quais os principais desafios que prevê?
DA – A Liga foi fundada em 1970 e desenvolveu trabalho quer como associação científica promovendo encontros de profissionais e criação de normas de orientação que permitem criar redes adequadas de referenciação de doentes, quer como associação de pessoas com epilepsia e seus familiares.
Em 2007 foi decidido separar os dois tipos de trabalho e foi criada a EPI (associação portuguesa de familiares, amigos e pessoas com epilepsia), trabalhando em conjunto com a Liga e partilhando as instalações da mesma em Lisboa, Porto e Coimbra, para se dedicar a trabalho mais especifico na área social.
“A melhoria do conhecimento e a desmistificação de preconceitos e ideias erradas sobre epilepsia contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que sofrem de epilepsia.”
RX – Qual o contributo da LPCE para os doentes e familiares de doentes com epilepsia?
DA – A Liga trabalha sobretudo como associação científica e colabora com a EPI no trabalho que envolve intervenção social e formação quer junto das escolas, das entidades empregadores quer junto das instituições governamentais.
A melhoria do conhecimento e a desmistificação de preconceitos e ideias erradas sobre epilepsia contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que sofrem de epilepsia.
Para assinalar o dia internacional da Epilepsia a Raio-X foi conhecer o Vasco e a Andreia. Ambos vivem com Epilepsia, embora a doença tenha um impacto diferente na vida dos dois.
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