Área Reservada

Estudo HBSC-JUnp vai traçar retrato comportamental dos estudantes universitários

Estudo HBSC-JUnp vai traçar retrato comportamental dos estudantes universitários

“Fazer o Raio-X dos nossos jovens universitários”, tendo em conta indicadores como “os hábitos alimentares, os comportamentos sexuais, os acidentes rodoviários, as preocupações, as expectativas futuras e a saúde mental” é, segundo Marta Reis, o objetivo do estudo que vai envolver uma amostra de 2500 a 3000 estudantes e que está, neste momento, em fase de recrutamento até ao final do presente ano letivo.

Marta_foto

Marta Reis, Investigadora

O estudo HBSC-JUnp (Health Education for University students: needs assesment and guidelines for educational intervention) faz parte do projeto de pós-doutoramento de Marta Reis, financiado por uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia, e que tem como principais promotores o ISAMB – Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, a Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa e a Aventura Social e a Aventura Social Associação.
Segundo a investigadora, “será adotado um protocolo de avaliação quasi-experimental que irá centrar-se na saúde e estilos de vida dos estudantes do ensino superior em Portugal com o objetivo de desenvolver um programa de intervenção, implementá-lo e avaliá-lo”.

Considerado como um período transacional, o ingresso no ensino superior representa um conjunto de novos desafios, nomeadamente a nível pessoal, social e académico e, na sua maioria, “os jovens experimentam uma certa insegurança relativamente ao novo estilo de vida (contactos sociais, papéis e rotinas que têm de desempenhar)”, refere Marta Reis. É nesta fase que vão deparar-se com novos contextos de vida, com novas metodologias de ensino e de avaliação, e em que terão de desenvolver a capacidade de adquirir e modificar rotinas e hábitos de estudo, além de uma maior autonomia na gestão do tempo. “Ocorrem mudanças no sentido de uma maior mobilidade e emancipação, uma maior autonomia face à família, na gestão dos recursos económicos mas, também na resposta às solicitações internas (dos desejos, aspirações e do desenvolvimento em geral dos jovens adultos) e externas (da sociedade e do mercado de trabalho)”, descreve a investigadora.

Sendo o Ensino Superior uma instituição de índole social “deveria apoiar-se na cooperação e no trabalho de equipa entre prestadores de cuidados de saúde, indivíduos, famílias e grupos da comunidade”, defende. “A pertinência desta parceria é tanto mais exigível se se tiver em conta a prevalência dos acidentes rodoviários provocados pela privação do sono ou pelo consumo de álcool e drogas; das gestações não desejadas, das interrupções voluntárias de gravidez (IVG) e das infeções sexualmente transmissíveis (ISTs), e neste sentido a prevenção converte-se na arma mais eficaz, para combater ou travar estes riscos”, justifica Marta Reis que acredita que as Instituições de Ensino Superior podem desempenhar um papel fundamental e primordial na promoção e prevenção da saúde.
A publicação dos resultados preliminares deste trabalho está prevista para o final deste ano e para participarem neste estudo, os jovens estudantes universitários, com idades entre os 18 e os 35 anos, podem ainda responder ao inquérito em https://www.fmh.utl.pt/inqueritos/index.php/473232?newtest=Y

Cátia Jorge