Médicos e doentes juntos pela criação de rede de reabilitação respiratória
Na data em que, pela primeira vez se assinala o Dia da Reabilitação Respiratória – 21 de abril – sociedades científicas, profissionais de saúde e associações de doentes juntam-se para exigir o alargamento de acesso do tratamento de reabilitação respiratória a mais doentes crónicos.
As várias entidades envolvidas na iniciativa vão apresentar um manifesto que criaram em conjunto, do qual constam medidas que querem ver aplicadas com urgência e que visam o alargamento do acesso dos doentes a este tratamento.
Segundo Teles Araújo, presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão, a ideia de criação deste Dia da Reabilitação Respiratória surgiu da “necessidade sentida por centenas de milhares de doentes que têm doenças respiratórias graves que os incapacita para a vida, nomeadamente asma, DPOC, doenças do interstício pulmonar.
O referido manifesto reclama, essencialmente, a criação de uma Rede de Reabilitação Respiratória, adaptada às necessidades do país, capaz de garantir resposta a todos os que dela necessitem, em condições de equidade.
A reabilitação respiratória consiste num “conjunto de intervenções feitas por técnicos de saúde de varias áreas — fisioterapeuta, enfermeiro, psicólogo, nutricionista — que vão contribuir para que os doentes possam melhorar o que resta da sua capacidade respiratória” e, desta forma, melhorar também a sua qualidade de vida.
Segundo Teles Araújo, presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão, a ideia de criação deste Dia da Reabilitação Respiratória surgiu da “necessidade sentida por centenas de milhares de doentes que têm doenças respiratórias graves que os incapacita para a vida, nomeadamente asma, DPOC, doenças do interstício pulmonar
Teles Araújo, também presidente do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, explicou que este tipo de resposta existe em Portugal e “é boa”, mas escassa e dispersa, chegando a apenas entre 1% e 2% destes doentes.
O manifesto alerta para a necessidade de tornar a criação desta rede uma “prioridade absoluta” na resposta às doenças respiratórias crónicas, que estão a crescer em todo o mundo, devido ao envelhecimento da população, mas também à poluição e ao tabaco.
Teles Araújo avança ainda que será apresentado “um conjunto de reflexões e pistas que poderão ser úteis na melhoria desta área”, como diversificar o número de programas de reabilitação respiratória que existem nos hospitais públicos e encarar a hipótese de os estender aos cuidados de saúde primários.
O aumento de doentes respiratórios traduz-se num aumento de mortalidade e internamentos, sendo que só a asma, a DPOC e a doença do interstício pulmonar foram responsáveis por quase 15 mil internamentos em 2014.
As doenças respiratórias são anualmente responsáveis por quatro milhões de dias de afastamento do trabalho ou da escola e por 600 milhões de euros de custos diretos, dos quais 240 milhões só com a DPOC.
O referido manifesto reclama, essencialmente, a criação de uma Rede de Reabilitação Respiratória, adaptada às necessidades do país, capaz de garantir resposta a todos os que dela necessitem, em condições de equidade
Além das duas entidades que Teles Araújo representa, estão também envolvidas nesta iniciativa as Sociedades Portuguesas de Pneumologia, de Alergologia e Imunologia, de Medicina Física e de Reabilitação e de Pediatria.
Contam-se ainda o Grupo de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Associação Portuguesa de Fisioterapeutas, a Associação Portuguesa de Enfermeiros de Reabilitação, a Associação Nacional de Tuberculose e Doenças Respiratórias e as associações de doentes Respira e Alfa-1 Portugal.
Lusa/Raio-X