Reformas antecipadas por doenças reumáticas custam 910 milhões ao ano
De acordo com um estudo apresentado esta semana no âmbito do XVIII Congresso Português de Reumatologia, as reformas antecipadas por doenças reumáticas têm um custo indireto de 910 milhões de euros por ano.
Esta avaliação partiu dos resultados do EpiReumaPt – o primeiro estudo epidemiológico realizado a nível nacional no contexto das doenças reumáticas e que envolveu uma amostra de 10 661 indivíduos – e incluiu dados relativos aos indivíduos entre os 50 e os 65 anos de idade, próximos da idade oficial de reforma em Portugal.
Este estudo agora apresentado revela que as mulheres são quem mais contribui para este valor, representando 84% da amostra (766 milhões de euros; 882 euros per capita versus 187 euros de indivíduos do sexo masculino). A maior parte dos doentes são da região de Lisboa e Vale do Tejo (39%; representando 356 milhões de euros) zona que detém também o custo mais elevado per capita (759 euros per capita e 1.997 euros por doente com doença reumática), seguindo-se as regiões Norte e Centro.
A região do Algarve apresentou os valores mais reduzidos (15 milhões de euros; 244 euros per capita e 1.014 euros por doente com doença reumática). No entanto, reconhece-se que esta região apresenta elevados níveis de subdiagnóstico no que toca às doenças reumáticas, o que é confirmado pela enorme diferença entre os doentes que revelaram sofrer de uma doença reumática (24,1%) e os doentes que tiveram a sua patologia clinicamente confirmada por observação médica (74,2%).
Na opinião dos especialistas, apesar da grande evolução no acesso a cuidados médicos prestados por reumatologistas ocorrida nos últimos 15 anos, continua a haver áreas do país muito carenciadas na oferta de prestação de cuidados adequados aos doentes reumáticos. A abertura de quadros médicos associados a esta especialidade em várias unidades de saúde adicionais poderá diminuir os custos individuais, sociais e económicos das doenças reumáticas, que constituem uma das principais causas de absentismo e incapacidade (temporária e definitiva) laboral.