Bolas de sabão “simbolizam aumento do volume dos gânglios linfáticos”
Simbolizar o aumento do volume dos gânglios linfáticos, assim como o seu aparecimento silencioso, foi o objetivo da Associação Portuguesa Contra a Leucemia quando, no passado dia 15, desafiou os portugueses a fazerem bolas de sabão para assinalar o Dia Mundial do Linfoma. Em declarações ao Raio-X, o hematologista Manuel Abecasis descreveu algumas particularidades deste tipo de cancro do sangue e apelou à esperança de todos os que recebem o diagnóstico indesejado. Miguel Sanches, Diretor Médico do Departamento de Oncologia da Roche, explicou por que motivo a companhia farmacêutica se associou a esta iniciativa.
A grande maioria dos portugueses não consegue especificar o que é o linfoma e apenas 5,1% reconhecem já ter ouvido falar da doença. Face a este “desconhecimento” e com o intuito de sensibilizar a população, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) desafiou os portugueses para fazerem bolas de sabão. O Dia Mundial do Linfoma, 15 de setembro, foi desta forma assinalado por dezenas de pessoas que durante a manhã passaram pela Praça D. Luís em Lisboa, entre as quais algumas figuras públicas que se aliaram à iniciativa.
Em declarações ao Raio-X, Manuel Abecasis referiu que “as bolas de sabão pretendem configurar o aumento silencioso do volume dos gânglios linfáticos, um dos sintomas mais comuns nos doentes com linfoma”.
“O objetivo é desfazer mitos e alertar as pessoas para que encarem com tranquilidade situações suspeitas que podem conduzir a um diagnóstico de linfoma”, Presidente APCL, Manuel Abecassis
Segundo o presidente da APCL o conhecimento das pessoas sobre esta doença é muito escasso, “daí a necessidade de desenvolver iniciativas desta natureza”. A Organização Mundial de Saúde reconheceu a importância de haver um Dia Mundial do Linfoma para fazer chegar à população o maior conhecimento possível sobre a doença. Na realidade, frisou o hematologista do IPO de Lisboa, “o objetivo é desfazer mitos e alertar as pessoas para que encarem com tranquilidade situações suspeitas que podem conduzir a um diagnóstico de linfoma”.
O linfoma é um conjunto de doenças causadas pela multiplicação desordenada de um tipo de células sanguíneas, os linfócitos. Trata-se de um tipo de cancro do sangue no qual os linfócitos afetados podem dividir-se muito rapidamente e de forma anómala. Como resultado, estes linfócitos acumulam-se nos gânglios linfáticos que aumentam de volume. Quando aumentam, os gânglios linfáticos formam uma espécie de bolas no pescoço. No entanto, os linfomas podem formar-se em quase todo o corpo, uma vez que os linfócitos circulam pelo organismo, no sangue e linfa. Os linfócitos anómalos podem agrupar-se noutras zonas para além dos gânglios linfáticos como no baço, na medula óssea ou noutros órgãos.
A doença pode surgir em qualquer idade, embora seja mais frequente após os 60 anos.
“Em caso de suspeita, as pessoas devem consultar o seu médico de família que vai ter a possibilidade de fazer a triagem porque nem sempre o aumento do volume dos gânglios está associado ao linfoma. Para confirmar o diagnóstico é preciso fazer uma biopsia. Sem biopsia não há diagnóstico”, sublinhou Manuel Abecasis
A par do aumento do volume dos gânglios linfáticos, a febre recorrente, o cansaço, suores noturnos, mal-estar e perda de apetite são também sintomas característicos desta doença.
“Em caso de suspeita, as pessoas devem consultar o seu médico de família que vai ter a possibilidade de fazer a triagem porque nem sempre o aumento do volume dos gânglios está associado ao linfoma. Para confirmar o diagnóstico é preciso fazer uma biopsia. Sem biopsia não há diagnóstico”, sublinhou Manuel Abecasis.
Segundo o presidente da APCL, o aparecimento de “caroços no pescoço, nas axilas ou nas virilhas não deve ser ignorado, mas também não deve ser motivo de pânico”. Neste Dia Mundial do Linfoma, o especialista reforçou uma mensagem de esperança até porque, “temos um conjunto de medicamentos, não só quimioterapia, mas também anticorpos monoclonais, inibidores dos checkpoints, que oferecem possibilidades de tratamento absolutamente fantásticas, que em muitos casos garantem a cura da doença”.
Roche associa-se “à luta contra o linfoma”
Uma companhia farmacêutica tem como principal intervenção na luta contra as doenças a investigação e o desenvolvimento de soluções terapêuticas e diagnósticas. Todavia, segundo Miguel Sanches, no âmbito do seu papel de “responsabilidade social”, a Roche “associa-se também a estas iniciativas dirigidas à população”, com o fim de “contribuir para uma maior informação e para um diagnostico mais precoce da doença”. De acordo com o Diretor Médico do Departamento de Oncologia da referida companhia farmacêutica, “essa é também uma parte importante da luta contra a doença”.
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