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A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

O aumento da esperança média de vida e os efeitos do tabagismo a nível respiratório provocaram, nos últimos anos em Portugal, um aumento de doenças respiratórias crónicas, que são responsáveis por um grande impacto na vida dos doentes e por elevados custos diretos com a saúde. As doenças respiratórias crónicas atingem cerca de 40% da população portuguesa, sendo a mais comum, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) que afeta 14,2% dos portugueses a partir dos 40 anos.

Sendo os hábitos tabágicos responsáveis por 90% dos casos de DPOC, os ex-fumadores e qualquer pessoa exposta ao fumo do tabaco (fumadores passivos) são também potenciais doentes. Também a exposição continuada a irritantes ambientais e a predisposição genética podem levar ao aparecimento da doença.

A dificuldade em respirar, a respiração mais pesada, a tosse e a expetoração crónicas e a fadiga fácil são os sintomas de alerta desta doença que evolui, limitando cada vez mais a vida diária dos doentes, com perda de autonomia e dependência da família para a realização das tarefas quotidianas.

É importante que o diagnóstico da doença seja feito atempadamente para que o tratamento possa ser instituído e assim melhorar a qualidade de vida e o prognóstico dos doentes. Pode suspeitar-se que um doente tem DPOC pelos sintomas e pela exposição ao tabaco, mas a confirmação do diagnóstico é feita através de um exame, a espirometria, um método de diagnóstico não invasivo que permite a avaliação de diversos parâmetros da função pulmonar.

“As doenças respiratórias crónicas atingem cerca de 40% da população portuguesa, sendo a mais comum, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) que afeta 14,2% dos portugueses a partir dos 40 ano. A dificuldade em respirar, a respiração mais pesada, a tosse e a expetoração crónicas e a fadiga fácil são os sintomas de alerta desta doença”

Uma intervenção adequada na DPOC deve envolver a prevenção: promover a cessação tabágica nos fumadores e um estilo de vida ativo, assim como a vacinação para prevenir as infeções respiratórias como a gripe e a pneumonia; o tratamento farmacológico para reduzir os sintomas, a frequência e a gravidade das agudizações, sendo os fármacos mais indicados os broncodilatadores administrados por via inalatória; e a reabilitação respiratória, intervenção fundamental em todos os doentes com dificuldade respiratória e diminuição da tolerância ao esforço nas atividades da vida diária.

A reabilitação respiratória (RR) tem por objetivos a melhoria do estado de saúde, a redução dos sintomas e a recuperação da capacidade dos doentes em participar nas atividades diárias permitindo, em muitos casos, a sua reintegração social e/ou profissional.

Os programas de RR incluem técnicas que facilitam a respiração e a eliminação da expetoração com aprendizagem de tosse eficaz e promovem, com um treino adequado a cada caso, o aumento da capacidade para a realização de exercícios físicos que assim facilitam as atividades diárias. A RR pode ser administrada nos centros hospitalares ou na comunidade, sendo desejável uma maior acessibilidade dos doentes a estes programas, idealmente através dos centros de saúde.

Realizar uma caminhada diária de aproximadamente 20 – 30 minutos, deixar de fumar e cumprir a terapêutica prescrita pelo médico, são boas opções que os doentes com DPOC têm para melhorar a sua saúde, qualidade de vida e prognóstico.

 

Dra. Fátima Rodrigues face

Fátima Rodrigues

Médica Pneumologista no Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Pulido Valente