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Telemonitorização na Reabilitação Respiratória

Telemonitorização na Reabilitação Respiratória

As tecnologias estão presentes na sociedade e são uma realidade no nosso dia-a-dia. A nível da saúde fala-se no conceito de e-Health (e-Saúde), ou seja a utilização de tecnologias de informação e comunicação no setor da saúde.

A telemedicina é uma das áreas emergentes e inclui projetos como teleconsulta, telediagnóstico, telecuidados, telemonitorização e teleformação. A telemonitorização quando aplicada à reabilitação respiratória, designa-se por telerreabilitação.

A reabilitação respiratória tem como objetivo melhorar condição física e emocional dos doentes, e promover a adesão a longo prazo de comportamentos de saúde. Os benefícios refletem a melhoria da capacidade de exercício e da qualidade de vida, a redução da dispneia e a menor utilização dos recursos de saúde. Na ausência de programas de manutenção, esses benefícios diminuem ao longo dos 12 meses seguintes, em particular nos doentes com exacerbações moderadas a graves.

“A telemedicina é uma das áreas emergentes e inclui projetos como teleconsulta, telediagnóstico, telecuidados, telemonitorização e teleformação. A telemonitorização quando aplicada à reabilitação respiratória, designa-se por telerreabilitação”

Apesar dos benefícios, é uma intervenção subutilizada e frequentemente inacessível aos doentes. Assim a telereabilitação consiste no uso de tecnologias de informação e comunicação, para fornece serviços de reabilitação, remotamente a doentes que se encontram em casa ou em outros ambientes. O principal objetivo é aumentar a acessibilidade e utilização dos programas de reabilitação, mas também proporcionar a manutenção dos benefícios. A evidência científica é limitada. Existem poucos estudos, com amostras pequenas e heterogeneidade nos programas, mas os resultados são promissores.
A telerreabilitação mostrou ser uma viável e segura, com benefícios a nível da capacidade de exercício, sintomas e qualidade de vida relacionada com a saúde. No entanto, a maioria das intervenções realizadas foram a curto prazo, pelo que são necessários mais estudos para apoiar a manutenção dos benefícios e os seus efeitos a longo prazo.

 

Cidália Rodrigues

Pneumologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

Artigo originalmente publicado na SPP-Info n.º 1, publicação oficial distribuída no XXXII Congresso de Pneumologia.