“Fomentar a ajuda mútua e fornecer informação,” são prioridades da Portugal AVC
É já no próximo sábado, entre as 14 e as 18 horas, no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, que terá lugar o 2.º Encontro da Portugal AVC. O Raio-X falou com António Conceição, presidente desta associação de sobreviventes de AVC, que conta com a presença de cerca de uma centena de participantes. Se pretende participar também, entre já no site www.portugalavc.pt, envie um mail para info@portugalavc.pt, ou ligue para 919 831 799 ou 963 898 059.
Raio-X (RX) – Em que contexto e para responder a que necessidades surgiu a Portugal AVC?
António Conceição (AC) – O AVC é a primeira causa de morte e de invalidez adulta em Portugal. E os sobreviventes – muitos dos quais com sequelas -, por incrível que pareça, não estavam presentes em nenhuma entidade associativa de âmbito verdadeiramente nacional. Quando tal necessidade era sentida com premência pelos próprios sobreviventes, pelos que os rodeiam – dos familiares aos profissionais de saúde. Que têm saudado calorosamente a iniciativa!
Note-se que a Portugal AVC é uma associação com protagonismo dos sobreviventes de AVC, mas não só. A começar pela representatividade (de “funções” e nacional) dos próprios órgãos sociais.
Nasceu com dois objetivos prioritários: entrar no “combate” – absolutamente prioritário – da prevenção do AVC, antes de mais como contributo complementar de quem o viveu pessoalmente, e contribuir para a resposta às necessidades sentidas pelos sobreviventes de AVC, familiares e cuidadores. E, neste sentido, são primeiras prioridades o fomentar a ajuda mútua, o fornecer informação, incluindo prática, que se quer completa, rigorosa, mas facilmente acessível ao comum cidadão, e o procurar levar a voz e as principais preocupações dos sobreviventes junto de quem de direito.
RX – Quais as principais dificuldades relacionadas com a criação de uma associação de doentes?
AC – Em primeiro lugar, não somos só uma “associação de doentes”. Queremos abranger os sobreviventes que passaram pela experiência de sofrer um AVC, os familiares, os cuidadores, os profissionais de saúde, e pessoas que se interessam por esta causa.
Agora, é certo que estamos a falar, em muitos casos, de pessoas com sérias limitações: físicas, cognitivas, de comunicação, e tantas outras. A que se juntam, frequentemente, as psicológicas, a desvalorização pessoal, a dificuldade em retomar uma atividade familiar, social, laboral, …
Claro que são muitas as dificuldades: umas extrínsecas, outras mesmo intrínsecas… Por isso, a mensagem que queremos transmitir à sociedade (em que se incluem, logicamente, os próprios sobreviventes de AVC), é, citando uma célebre frase da política americana, “Yes, we can!” (Sim, nós podemos!). Que assumimos como lema!
RX – Com quantos associados contam neste momento?
AC – Não temos como uma das nossas prioridades a captação de novos associados, ou fazer qualquer distinção na nossa ação, que é para todos os sobreviventes e cuidadores. Os associados têm surgido, maioritariamente, de forma quase espontânea, como vontade de se juntar a uma iniciativa a que reconhecem valor, e contribuir para este esforço. Mesmo assim, os nossos sócios superam já a centena, em cerca de 5 meses de existência.
RX – Depois de um 1.º encontro, realizado no Porto, este 2.º terá lugar em Alcoitão. Por algum motivo especial?
AC – Este 2º encontro é como que uma continuidade do 1.º porque há muitos sobreviventes de AVC, familiares, cuidadores, e não só, com dificuldades acrescidas na mobilidade. Embora seja novamente um Encontro Nocional, tem um programa quase totalmente diferente e complementar ao do Porto, e faz parte da nossa estratégia, e sobretudo vontade, de chegar próximo das pessoas. Assim, a uma iniciativa no Porto, sucede uma outra na Grande Lisboa. Porque assim é a Portugal AVC: não somos do norte, do centro, do sul ou das ilhas; queremos ser de Portugal.
RX – A quem se destinam estes encontros?
AC – A todos os que têm interesse no tema: sobreviventes de AVC, familiares, cuidadores, profissionais de saúde, e todos os que se reconhecem nesta causa. Claro que procuramos moldar estes encontros pelo “mínimo denominador comum” (passe a expressão!), que são, em geral, os sobreviventes e familiares. Mas, com excelentes conteúdos, do interesse de todos!
RX – Quantos participantes são esperados?
AC – Com base nas inscrições até ao momento, contamos com pouco mais de uma centena de participantes. Mas ainda faltam alguns dias para o Encontro!
RX – Com que periodicidade a Portugal AVC vai promover estes Encontros?
AC – Seguramente vai-se realizar, pelo menos, um Encontro Nacional todos os anos. Mas, queremos também promover outras iniciativas, algumas até com carácter inovador. Que iremos anunciando.
RX – Como devem inscrever-se as pessoas que queiram ainda participar?
AC – É muito simples, e não demora mais que um minuto: no site www.portugalavc.pt, ou mandando um email para info@portugalavc.pt, ou mesmo pelo telefone, pelos n.os 919.831.799 ou 963.898.059.