“É preciso aumentar a prevenção e diagnóstico precoce de doenças com grande incidência em Portugal”
A assinalar o mês da Luta Contra o Cancro do Intestino, a Europacolon Portugal e as Farmácias Holon disponibilizam rastreios gratuitos ao cancro do intestino de norte a sul do país. Vitor Neves, presidente da Associação, afirmou ao Raio-X que “a solução para o problema da saúde em Portugal passa por aumentar a prevenção e a deteção precoce de doenças que têm grande incidência no nosso país e custos elevados quando são encontradas em estádios tardios, como é o caso do cancro do intestino”.
São 179 as farmácias um pouco por todo o país que oferecem o exame de Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF), o qual “permite identificar precocemente a presença de um tumor ou de pólipos no intestino e proceder ao encaminhamento imediato da pessoa para exames complementares de diagnóstico, ou seja, a realização de colonoscopia”, explica Mariana Rosa, farmacêutica das Farmácias Holon e coordenadora deste projeto ao nível nacional.
A campanha acontece pelo quarto ano consecutivo, e prolonga-se durante os meses de março e abril. Para participar no rastreio ao cancro do intestino é necessário preencher alguns critérios de inclusão, frisados por Mariana Rosa. “Ter idade compreendida entre os 50 e os 74 anos, não ter realizado PSOF no último ano ou colonoscopia nos últimos 5 anos, ser assintomático e sem ligações hereditárias de primeiro grau a doentes de canco colorretal nem história pessoal anterior de cancro; não ter obtido diagnóstico prévio de pólipos colorretais ou doença inflamatórias do intestino (doença de Crohn ou colite ulcerosa).”
Apelando à implementação de um rastreio de base populacional ao cancro colorretal no nosso país, Vítor Neves frisa que “o cancro do intestino é responsável por 11 mortes por dia e mais de 7900 casos novos todos os anos”, acrescentando que se trata da “doença oncológica com mais incidência e com maior mortalidade em número em Portugal”
Apelando à implementação de um rastreio de base populacional ao cancro colorretal no nosso país, Vítor Neves frisa que “o cancro do intestino é responsável por 11 mortes por dia e mais de 7900 casos novos todos os anos”, acrescentando que se trata da “doença oncológica com mais incidência e com maior mortalidade em número em Portugal”. O engenheiro salienta que “as fases iniciais do cancro do intestino, por norma, não causam dor e, por isso, mesmo sem qualquer sintoma, a partir dos 50 anos é obrigatório fazer o despiste, pois a progressão da doença é silenciosa. Se detetada a tempo, tem cura em 90% dos casos”.
Embora reconhecendo alguns avanços ao nível da política de saúde nacional, com a implementação do projeto piloto de rastreio ao cancro do cólon e reto, lançado pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) para seis mil pessoas, de dez unidades de saúde familiar (USF), o presidente da Europacolon considera a medida insuficiente, afirmando que “deve haver, da parte deste Ministério da Saúde, atitudes práticas e imediatas para implementar o rastreio de base populacional através de PSOF acessível a toda a população, de forma a localizar a doença num estádio ainda primário. O exame para pesquisa de sangue oculto nas fezes é muito barato e evita milhões de euros gastos no tratamento de pessoas que não foram rastreadas e, por esse motivo, são diagnosticadas num estádio tardio. Esta seria a atitude inteligente para salvar vidas, para além da vantagem económica, ou pelo menos de poupança, em tratamentos futuros”, remata Vítor Neves.
Mariana Rosa considera que “enquanto profissional de saúde, o farmacêutico tem a responsabilidade de sensibilizar para a importância do rastreio precoce, e de alertar as pessoas com 50 anos para fazer este rastreio. Não havendo ainda uma resposta governamental organizada e universal, temos implementado estes rastreios no âmbito de campanhas de sensibilização, embora não o possamos fazer permanentemente de forma sustentável
“Com esta parceria com as Farmácias Holon ano após ano, conseguimos provar que se consegue implementar um rastreio através de PSOF de forma fácil e até detetar casos positivos que são encaminhados para exames complementares de diagnóstico”, conclui. Na mesma linha, Mariana Rosa considera que “enquanto profissional de saúde, o farmacêutico tem a responsabilidade de sensibilizar para a importância do rastreio precoce, e de alertar as pessoas com 50 anos para fazer este rastreio. Não havendo ainda uma resposta governamental organizada e universal, temos implementado estes rastreios no âmbito de campanhas de sensibilização, embora não o possamos fazer permanentemente de forma sustentável. O que devemos fazer é informar as pessoas e chamá-las a integrar o sistema nacional de saúde para poderem ter acesso aos meios de diagnóstico para prevenir essa doença”, refere a farmacêutica.
A par do rastreio, a Europacolon Portugal promove ainda um peditório público, cujo objetivo é a angariação de fundos para o desenvolvimento da sua missão, enquadrada na prevenção e apoio aos pacientes e familiares de cancro digestivo.