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Ciência e arte partilham palco no arranque de mais uma edição do CPC

Ciência e arte partilham palco no arranque de mais uma edição do CPC

Até ao momento em que foi oficialmente iniciada mais uma edição do Congresso Português de Cardiologia (CPC 2017), estavam inscritos no evento cerca de 2400 participantes que, durante quatro dias, vêm aprofundar conhecimentos sobre a principal causa de morte a nível global. Por ano, as doenças cardiovasculares matam 3,9 milhões de europeus, número que pode ainda aumentar nas próximas décadas, segundo Jeroen Bax, presidente da European Society of Cardiology. Ainda na sessão inaugural do Congresso Kátia Guerreiro interpretou alguns dos seus fados mais conhecidos e Hélia Castro deixou impressionados todos os “colegas” presentes na audiência.

 

“Procurámos, neste CPC 2017, fazer um congresso de inclusão que vai congregar, em quatro dias de intensa atividade, a partilha de saberes, discussão, debate e difusão de conhecimentos para podermos definir projetos futuros na Medicina Cardiovascular”, afirmou Mário Oliveira na sessão de abertura que ontem teve lugar pelas 17 horas.

O presidente da Comissão Organizadora do congresso aproveitou o momento para agradecer a todos os que, ao longo de mais de um ano, colaboraram para a realização deste evento, assim como à direção da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) que “desde o início apoiou incondicionalmente o projeto”.

Foi precisamente Miguel Mendes, presidente da direção da SPC que, na reta final deste biénio, reforçou algumas das principais apostas dos dois anos que passaram. “Quase a entrar nos 68 anos de idade, a Sociedade estava a precisar de ser modernizada e foi isso que procurámos fazer”, sublinhou. A par da renovação do portal oficial da SPC e da remodelação da sala da direção, “apostámos na comunicação”, adiantou Miguel Mendes, reforçando o papel da agência de comunicação que desde há dois anos tem feito a ponte entre a sociedade científica e os meios de comunicação fazendo chegar a Cardiologia à população.

 

“Procurámos, neste CPC 2017, fazer um congresso de inclusão que vai congregar, em quatro dias de intensa atividade, a partilha de saberes, discussão, debate e difusão de conhecimentos para podermos definir projetos futuros na Medicina Cardiovascular”, Mário Oliveira

 

Por outro lado, acrescentou o presidente da SPC, foram reforçados os laços com a Fundação Portuguesa de Cardiologia nas iniciativas do “Maio Mês do Coração”.

A nível internacional, “foram reforçadas pontes com parceiros europeus, mas também do outro lado do Atlântico”, afirmou, referindo-se ao estreitamento da relação com o American College of Cardiology.

 

Doença cardiovascular mata 3,9 milhões de europeus por ano

Essa aproximação às principais entidades científicas internacionais foi testemunhada neste congresso com a presença de Jeroen Bax, o presidente da European Society of Cardiology, e Mary Walsh, presidente do American College of Cardiology.

Numa breve intervenção, Jeroen Bax recordou os números que colocam as doenças cardiovasculares como principal causa de mortalidade a nível global. “As doenças cardiovasculares representam 31% da mortalidade global e 45% da mortalidade na Europa”. Por outras palavras, “17,5 milhões de pessoas em todo o mundo e 3,9 milhões de europeus morrem de causa cardíaca”, alertou o presidente da European Society of Cardiology (ESC).

Enquanto entidades científicas e, sobretudo enquanto cardiologistas “partilhamos o objetivo de reduzir o peso global da doença cardiovascular”. Para tal “defendemos a melhoria dos cuidados prestados aos doentes e a aplicação das guidelines elaboradas com base nas evidências mais sólidas, o compromisso da difusão do conhecimento científico para melhor respondermos às necessidades dos doentes, e a criação de uma comunidade cardiológica”, declarou o presidente da ESC, concluindo que “trabalhando juntos conseguimos avançar com a ciência cardiovascular e ajudar as pessoas a viverem mais e melhor”.

Neste conceito de união e aproximação, Mary Walsh reforçou os laços criados entre a SPC e o American College of Cardiology (ACC). Portugal é o novo Chapter Internacional do ACC o que, nas palavras da presidente desta associação, significa que os profissionais portugueses vão agora ter acesso facilitado às ações de formação do ACC e vão colaborar na elaboração de guidelines e nas atividades dos grupos de trabalho. “Podemos, inclusivamente, desenvolver reuniões conjuntas”, sublinhou.

 

“Falar do coração a cantar”

Sendo a arte um dos temas principais deste congresso, não podia faltar, na sessão de abertura, um momento musical interpretado inteiramente por médicos. Kátia Guerreiro, fadista e oftalmologista, interpretou alguns dos seus mais reconhecidos êxitos em que fala dos outros males do coração: “o amor, a desilusão e o desgosto. Males que a Cardiologia não pode tratar”. Hélia Castro, cantora lírica e especialista em Medicina Geral e Familiar em Almeirim, deixou aos pulos os corações da plateia com uma interpretação arrepiante, acompanhada pela Orquestra Médica de Lisboa e pelo Coro Médico de Lisboa.

 

Por Cátia Jorge

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