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Experimentámos o Medicamentocerto.pt e já escolhemos o que tomar

Experimentámos o Medicamentocerto.pt e já escolhemos o que tomar

Nasceu no início de abril o site Medicamento Certo, que permite de forma simples, rápida e através de um computador ou telemóvel obter conselhos para tratar pequenos problemas de saúde e saber que medicamentos podem ajudar, ou até, perceber quando é melhor consultar um médico. Experimentámos a plataforma e falámos também com a Cristina Silva, co-fundadora e diretora executiva da serFarma, a empresa que criou o projeto.

 

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Cristina Silva

Muitas vezes temos um problema de saúde menor e acabamos a googlar qual o medicamento correto a tomar, mas agora existe uma plataforma especifica e portuguesa para o fazermos. Como nos explicou Cristina Silva, o Medicamento Certo surgiu para “em cada momento e em qualquer local ajudar as pessoas no autocuidado e na automedicação, na área do medicamento não sujeito a receita médica”.

Entrámos no site e escolhemos um sintoma comum: a dor de cabeça. Avançamos e é-nos logo explicado o que é uma dor de cabeça, por quais sintomas normalmente é acompanhada e que patologias a podem provocar se for um sintoma isolado; é também feita uma nota sobre o uso excessivo de medicamentos analgésicos. Depois, é pedido que indiquemos se existe algum sinal de alerta, como por exemplo, vómitos, ou se a dor dura há mais de 24 horas. Se selecionarmos algum sinal de alerta, a plataforma indica-nos logo que devemos parar e consultar um profissional de saúde.

Ainda assim, pode-se escolher prosseguir, e foi o que fizemos. Na pagina seguinte são nos perguntadas algumas características: sexo, idade e peso. Quando fazemos esta seleção, são feitas mais perguntas: se somos fumadores, consumidores de bebidas alcoólicas, se estamos a amamentar, se temos algum tipo de alergia, entre outras.

O projeto foi desenvolvido por farmacêuticos e engenheiros informáticos que tiveram em atenção todas as variáveis do doente, e como explicou a diretora executiva, “no caso de o doente ter uma doença crónica, por exemplo diabetes, ele deverá indicar a informação na parte do histórico clínico, e o nosso algoritmo dará uma resposta que é personalizada de acordo com essa informação

O projeto foi desenvolvido por farmacêuticos e engenheiros informáticos que tiveram em atenção todas as variáveis do doente, e como explicou a diretora executiva, “no caso de o doente ter uma doença crónica, por exemplo diabetes, ele deverá indicar a informação na parte do histórico clínico, e o nosso algoritmo dará uma resposta que é personalizada de acordo com essa informação. No caso da diabetes ficariam excluídos os medicamentos com algum tipo de açúcar na sua composição”. Para além disso, estas ferramentas de personalização que falamos, ajudam a adequar o resultado às intolerâncias ou alergias.

Chegamos assim à página dos resultados, onde nos são fornecidos vários itens: um folheto do sintoma, dicas para ajudar a aliviar os sintomas ou sobre como preveni-los. Por exemplo, como selecionamos como característica hipotética que fumamos, o Medicamento Certo aconselha-nos a deixar de fumar como forma de prevenção da dor de cabeça.

No fim, recebemos uma lista de medicamentos indicados para o alívio da dor de cabeça, que pode filtrar-se ou ordenar de acordo com as nossas preferências. Por de trás destas respostas está uma equipa “fundamentalmente constituída por farmacêuticos, com diversas experiências na área do medicamento, com uma vasta especialização na informação ao doente sobre medicamentos, informação ao doente, em farmacologia e farmacoterapia, portanto nós reunimos todas essas valências na nossa equipa”.

 

Inovação ao serviço da saúde

A serFarma, a empresa que criou a plataforma, foi fundada em 2014, por uma equipa de farmacêuticos e um engenheiro informático, porque sentiram a necessidade de criar soluções inovadoras que apoiassem o uso correto, efetivo e seguro dos medicamentos. Neste contexto criaram o projeto , que é uma solução tecnológica que ajuda os farmacêuticos a prestarem um tratamento mais personalizado, adequado e seguro na área dos medicamentos sem receita médica. O Medicamento Certo surgiu dentro deste projeto, e é a solução criada dirigida a todo o público.

É previsto que no futuro seja criada uma nova funcionalidade que permitirá ao “cliente ter um perfil no site onde poderá carregar a sua informação clínica e não ter que estar continuamente a inserir os mesmos dados, vai poder por exemplo, pôr os medicamentos não sujeitos a receita médica que tem em casa, uma Aspirina®, um Brufen®, etc, e a plataforma depois poderá utilizar essa informação e vai apresentar esse medicamento na lista de resultados”.

Desde a inauguração do projeto, o site já conta com seis mil visualizações: não se consegue distinguir ainda se todas as visualizações foram “consultas”, mas os criadores do projeto consideram que este é um número expressivo. Já têm também uma ideia dos sintomas mais pesquisados: muitos sintomas do foro respiratório e também problemas de pele.

O projeto e a plataforma foram reconhecidos pela Comissão Europeia pelo seu instrumento de apoio à inovação na área do “IT for Health”, SME Instrument (5.º lugar entre quase 500 projetos submetidos) como uma ideia de negócio altamente promissora e que responde às necessidades da União Europeia em matéria de Literacia em Saúde e combate ao flagelo da automedicação. Depois do seu lançamento e desenvolvimento em Portugal irá migrar para outros países europeus, fruto desse apoio e incentivo da União Europeia.

 

Por Margarida Queirós