Novo dispositivo para a perda de audição chega a Portugal ainda este verão: e não requer cirurgia
No verão deste ano já vai ser possível utilizar o ADHEAR, uma solução auditiva de condução óssea não implantável. A novidade foi apresentada pela MED-EL, empresa de implantes auditivos, no dia 25 deste mês, no XIII Simpósio Europeu de Implante Coclear Pediátrico. Entrevistámos o médico otorrinolaringologista Herédio Sousa e o músico espanhol Mayor Tom, cuja filha foi diagnosticada com que hipoacusia (surdez) grave.
São cada vez mais as pessoas com problemas auditivos e cerca de 40% das crianças com surdez severa e profunda podem ser candidatas ao tratamento com implantes cocleares. Foi o caso da filha do músico Mayor Tom, Julieta, que nasceu com esta patologia: “Descobrimos muito cedo, tinha ela um mês e meio, dois meses. Fizemos várias provas no hospital, e à terceira prova percebemos que era hipoacusia, num dos ouvidos profunda e no outro grave. Na mesma altura disseram-nos que ela era candidata a um implante coclear.”
São cada vez mais as pessoas com problemas auditivos e cerca de 40% das crianças com surdez severa e profunda podem ser candidatas ao tratamento com implantes cocleares. Foi o caso da filha do músico Mayor Tom, Julieta, que nasceu com esta patologia: “Descobrimos muito cedo, tinha ela um mês e meio, dois meses. Fizemos várias provas no hospital, e à terceira prova percebemos que era hipoacusia, num dos ouvidos profunda e no outro grave. Na mesma altura disseram-nos que ela era candidata a um implante coclear”
Herédio Sousa, médico otorrinolaringologista, esclarece que “até existir um implante coclear, nós tínhamos próteses auditivas, mas não davam uma capacidade auditiva tão boa como um implante coclear. Este permite às pessoas com hipoacusia sensório neural severa profunda ouvir e falar, coisa que não se conseguia com outros dispositivos, nomeadamente próteses auditivas que existiam até então”.
Estes implantes cocleares vieram mudar o paradigma da surdez. Explica Herédio Sousa que “estas crianças estavam privadas de um sentido nobre, e vivendo nós num mundo de norma ouvintes, a nossa vida é feita de sons. Vem mudar isto tudo, porque uma criança surda, na era pré-implante, não tinha alternativa”. Julieta usufrui de dois implantes cocleares, tão discretos que só se lembra deles quando não os tem.
Uma vez identificada a surdez, os hospitais fazem o referenciamento para centros hospitalares especializados onde é feita a implantação. É possível reabilitar, em quase todos os casos, a partir dos 3 meses de idade, e, até aos 12 anos, ainda se conseguem resultados muito positivos. Isto permite que a criança não perca tempo em que poderia estar a aprender a falar, já que para o fazer, precisa de ouvir.
Para a filha do Mayor Tom os implantes foram especialmente importantes, como contou o pai: “Quando soube da surdez, escrevi-lhe uma canção. Como sou músico, a primeira coisa que pensei foi em compor uma música que cheguei a pensar que ela nunca iria ouvir. E agora ouve, canta, e já está cansada dela”.
Agora, com o dispositivo ADHEAR, existe ainda uma outra e nova solução para as pessoas com perda auditiva condutiva unilateral ou bilateral, temporária ou crónica. Este dispositivo inovador apresenta dois componentes externos: um adaptador adesivo e um processador de som, que se colocam de forma muito discreta atrás da orelha.
A condução do som faz-se através do osso, e para as pessoas com perda auditiva provocada por problemas no tímpano, no canal auditivo ou no ouvido médio, é considerada a melhor opção. O processador de som capta as ondas sonoras, converte-as em vibrações e transmite-as ao osso através de um adaptador adesivo situado orelha. A partir daí, o osso transfere as vibrações através do crânio até ao ouvido interno, onde estas são processadas como um som normal. O novo dispositivo não implantável estará disponível no verão deste ano.