Principais conclusões Estudo LASS – The Long-Term Active Surveillance Study for Oral Contraceptives
Existe a perceção ancestral de que a contraceção hormonal aumenta o risco de doença trombótica venosa. Trata-se duma perceção realista, mas os valores absolutos são considerados muito baixos. Se compararmos com o risco de ocorrer um fenómeno tromboembólico numa gravidez incluindo de baixo risco, a utilização da contraceção hormonal oral associa-se a um risco inferior. Este tem sido um tema em discussão com apontamentos de mais ou menos ênfase no problema, sobretudo quando surgem novas formulações contracetivas disponíveis e será um dos temas em destaque no maior encontro nacional dos especialistas na área da Ginecologia e Obstetrícia, organizado pela Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e de Ginecologia e que decorre entre 1 e 4 de Junho em Coimbra.
Os contracetivos com associação de etinilestradiol e levonorgestrel são considerados como o padrão do risco ao tromboembolismo e classificados como de 2ª geração, e aparentam ter o risco mais baixo. Por isso, têm sido promovidos estudos observacionais, alargados, multicêntricos/multinacionais de longo prazo para efetivamente representar as consequências clínicas da intervenção farmacológica na área da contraceção (contraceção hormonal oral).
O estudo The Long-Term Active Surveillance Study for Oral Contraceptives (LASS) corresponde a uma avaliação a longo prazo e comparativa duma formulação (etinilestradiol e drospirenona) e outras formações contracetivas (com levonorgestrel e outros progestatgénios).
Os contracetivos com associação de etinilestradiol e levonorgestrel são considerados como o padrão do risco ao tromboembolismo e classificados como de 2ª geração, e aparentam ter o risco mais baixo. Por isso, têm sido promovidos estudos observacionais, alargados, multicêntricos/multinacionais de longo prazo para efetivamente representar as consequências clínicas da intervenção farmacológica na área da contraceção (contraceção hormonal oral)
Os resultados não mostram diferenças significativas na ocorrência de eventos cardiovasculares venosos ou arteriais quando comparadas as diferentes formulações, mantendo a diferença em relação às mulheres que não utilizam contraceção hormonal. Os números absolutos são reduzidos.
A contraceção hormonal oral associa-se à possibilidade de ocorrerem fenómenos cardiovasculares e na prática clínica, as diferenças não aparentam ser significativas entre as formulações estudadas. Por outro lado, não se deve olvidar que a contraceção hormonal tem efeitos não contracetivos benéficos e na avaliação global equilibram com eventuais eventos adversos.
Dr. Joaquim Neves, médico especialista em obstetrícia e ginecologia, Assistente na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.