Estudos portugueses em destaque no Congresso Anual da Liga Europeia contra as Doenças Reumáticas
Perto de 20 estudos de especialistas portugueses estiveram em destaque no EULAR 2017 (Congresso Anual da Liga Europeia contra as Doenças Reumáticas), o maior evento internacional da área que decorreu entre 14 e 16 de junho em Madrid.
Na 18.ª edição do EULAR, a reumatologista portuguesa Ana Filipa Mourão foi selecionada de entre mais de quatro mil candidatos para uma comunicação oral de um estudo que analisou as razões para descontinuar a utilização de terapêuticas biológicas em doentes com Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) – uma doença crónica caracterizada, em geral, por inflamação de uma ou mais articulações.
Ana Filipa Mourão
A pesquisa analisou 1.724 doentes com AIJ, registados no Reuma.pt (Registo Nacional de Doentes Reumáticos), sendo que destes 319 tinham iniciado terapêutica biológica – isto é, com fármacos desenhados para inativar alguns mecanismos específicos que ocorrem na doença, com administração endovenosa ou subcutânea. Segundo a análise, quase metade dos doentes acabou por descontinuar a terapia biológica, sendo que a maior parte tomou a decisão por ineficácia (49.6%), remissão (14.2%), eventos adversos (10.6%), vontade do doente (1.6%) ou intenção de engravidar (1.4%). Estes resultados vêm assim reforçar a importância do estudo de várias opções de tratamento nestes doentes, mesmo no caso de terapias reconhecidamente eficazes.
“Uma vez mais, evidencia-se a força da especialidade em Portugal, que nas últimas décadas muito tem contribuído para o desenvolvimento de algumas áreas da Reumatologia, afirmando-se nesta plataforma chave a nível mundial, onde são apresentados os mais recentes avanços da especialidade e as melhores práticas clínicas”, comenta José Canas da Silva, Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia.
“Uma vez mais, evidencia-se a força da especialidade em Portugal, que nas últimas décadas muito tem contribuído para o desenvolvimento de algumas áreas da Reumatologia, afirmando-se nesta plataforma chave a nível mundial, onde são apresentados os mais recentes avanços da especialidade e as melhores práticas clinicas”, comenta José Canas da Silva, Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia.
A par, cerca de 20 trabalhos de especialistas nacionais foram também distinguidos para publicações ou painéis, numa iniciativa que reúne 14 mil profissionais de 120 países, pretendendo promover a uniformização, partilha e discussão de conhecimento desta área científica ao mais alto nível.