Doenças auto-imunes, crónicas e psiquiátricas estão entre as principais causas de infertilidade
Entre as causas mais comuns de infertilidade estão as doenças auto-imunes, como doenças gastrointestinais, e as doenças crónicas, como diabetes ou doenças cardiovasculares, mas também doenças psiquiátricas ou mentais.
Doenças cardiovasculares, da hemoglobina e relacionadas com a coagulação, devido ao risco de hemorragia e trombose que aportam, impõem um maior cuidado no tratamento hormonal da infertilidade. No caso das mulheres grávidas, estas doenças exigem também uma maior vigilância durante o período de gestação e durante o parto. Descolamento da placenta e situações de parto prematuro são as mais comuns, muitas vezes responsáveis também por abortos de repetição. No caso dos homens, podem provocar dificuldades de ereção ou de ejaculação.
As doenças respiratórias também têm a sua influência. Doenças como sinusite crónica ou bronquite crónica, muito comuns entre a população portuguesa, impedem o movimento do embrião ao longo das trompas de falópio e em direção à cavidade uterina. A asma e as dificuldades respiratórias também influenciam o momento do parto, onde a respiração é fundamental.
Em Portugal, cerca de 300 mil casais são inférteis. Entre 10 a 15% dos casais que fazem tratamentos de fertilidade podem precisar de doação de óvulos ou espermatozóides.
Doenças da tiróide e outras auto-imunes como artrite reumatóide, espondilite anquilosante ou lúpus, por exemplo, podem igualmente ser causas de infertilidade, isto porque os anticorpos impedem a fecundação ou a implantação, podendo originar abortos de repetição por rejeição materno-fetal.
Além destas, também as doenças do trato intestinal, provocam, nos homens, a perda da qualidade do sémen e, nas mulheres, problemas associados à disfunção ovulatória e abortos de repetição. As doenças neurológicas (degenerativas) estão sobretudo associadas à perda da líbido tanto na mulher como no homem, e dificuldades de ereção e de ejaculação, na sequência da perda de capacidades associadas a estas doenças. No campo das doenças psiquiátricas e mentais, a deficiência mental impede, por norma, o recurso a tratamentos de fertilidade. Situações como esgotamentos ou depressões também podem afetar o processo de gravidez. A saúde mental assume extrema importância na fertilidade.
Em Portugal, cerca de 300 mil casais são inférteis. Entre 10 a 15% dos casais que fazem tratamentos de fertilidade podem precisar de doação de óvulos ou espermatozóides. A taxa de infertilidade masculina é similar à taxa de infertilidade feminina (cerca de 40 por cento em ambos os casos). Em média, um em cada 10 casos são de infertilidade nos dois membros do casal.
“Um ano após tentativas de engravidar sem sucesso, o casal deve recorrer ao médico. A avaliação médica é fundamental para avaliar e seguir o tratamento adequado de acordo com a causa do problema”, informa em comunicado a Associação Portuguesa de Fertilidade.