Especialistas nacionais debateram consensos e compromissos na Saúde para 2020
A VIII Conferência Anual do Health Cluster Portugal, subordinada ao tema “Saúde em Portugal: Construir Consensos para 2020 e Mais Além”, realizou-se em novembro, na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa. Contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que presidiu à sessão solene, e do Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que encerrou a conferência.
A primeira grande conclusão do evento, de caráter transversal, é a do elevado potencial da saúde que resulta, sobretudo, do conhecimento gerado e acumulado nas universidades e institutos de investigação, nos hospitais e nas empresas. Outra conclusão de caráter transversal, é que a saúde é, efetivamente, motor do desenvolvimento económico e social. A saúde representa cerca de 5% do PIB, emprega cerca de 5% da população ativa (279 mil pessoas) e exporta mais de 1,4 mil milhões de euros (cerca de 3% do total das exportações nacionais). Chegou a ser dito no evento que, assim sendo, justifica-se, em termos de políticas públicas, uma tutela partilhada entre a Saúde e a Economia.
Por isto, mostra-se necessário existir uma separação efetiva no âmbito do Estado, das funções de regulação, financiamento e prestação como fator de transparência, eficiência e qualidade no sistema de saúde. Já para colmatar a necessidade de dar resposta a algumas das debilidades e fragilidades atuais nos cuidados de saúde será imrpotante adotar instrumentos de programação plurianual.
Outro ponto discutido foi a prevenção das doenças e a necessidade de mudança de paradigma: mudar de uma saúde centrada no diagnóstico e tratamento para uma saúde virada para a prevenção e para o conceito de value based healthcare e de co-responsabilização do cidadão, são elementos indispensáveis numa sociedade mais sedentária, em envelhecimento e em que a doença crónica é cada vez mais presente.
Em relação à ciência, poderia ser alinhada como grande conclusão a necessidade de uma maior orientação estratégica e de mercado na investigação. Por isso, a criação de condições para a atração de talento (recursos humanos altamente qualificados, quer nacionais, quer estrangeiros) e de investimento direto (estruturante e produtivo, estrangeiro e nacional) foi também discutida neste fórum.