Semana da Incontinência Urinária: vergonha pode estar a travar a cura
Arranca hoje a semana da Incontinência Urinária, um assunto muito importante mas frequentemente esquecido. A incontinência urinária (IU) designa-se por uma perda involuntária de urina e é uma patologia com elevada prevalência. No sentido de promover a consciencialização e incentivar as pessoas a falar abertamente com o seu médico de família ou especialista sobre o problema, a Associação Portuguesa de Urologia (APU) realiza todos os anos a Semana da Incontinência Urinária.
Em Portugal, cerca de 600 mil portugueses sofrem desta patologia, contudo, a APU, alerta que apenas 10% desta população procura a ajuda de um médico. A prevalência desta patologia é superior nas mulheres (33%) e aumenta com a idade (mais frequente na faixa etária acima dos 40 anos), sendo particularmente comum em mulheres pós-menopáusicas.
A vergonha em expressar as queixas desta patologia, nomeadamente as pequenas perdas de urina, que podem ter um grande impacto psicológico, emocional, social e económico na vida das pessoas que delas sofrem, pode estar, segundo a associação, a impedir muitas pessoas de alcançar a cura, uma vez que certos tipos de incontinência urinária têm tratamentos com taxas de sucesso na ordem dos 90%.
Luís Abranches Monteiro, urologista e presidente da APU destaca: “a incontinência urinária não é normal, mas é muito vulgar. Também não mata, mas afeta muito a qualidade de vida das pessoas que dela sofrem. E o mais importante é que é um problema que se trata e de forma mais simples e muito menos dolorosa do que há 20 anos. Por isso, as pessoas precisam de perder o medo de falar sobre estas questões com o seu médico”.
A mensagem chave a reforçar esta semana da Incontinência Urinaria, é, além de informar sobre a doença, alertar para que a IU tem, na maior parte dos casos, cura, pelo que é essencial procurar o seu médico
Por Rita Rodrigues