5ª edição do Congresso Nacional de Estudantes de Medicina pretende preencher as lacunas existentes na formação médica
De 27 a 28 de outubro o Instituto Superior de Engenharia do Porto vai receber a 5ª edição do Congresso Nacional de Estudantes de Medicina (CNEM). No âmbito desta edição, o Raio-X entrevistou José Durão, coordenador geral da Comissão Organizadora, que afirmou que “este congresso é uma forma de preencher as lacunas existentes no currículo dos estudantes”.
“O CNEM nasceu em 2014, fruto da vontade da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, com o intuito de se diferenciar dos outros congressos realizados localmente pelas Associações e Núcleos de Estudantes” explica o coordenador geral da Comissão Organizadora da 5ª edição do CNEM, José Durão. Dirigido aos “estudantes de Medicina do 1º ao 6º ano de todas as faculdades” o CNEM tem como objetivos “preencher as lacunas existentes no currículo dos estudantes, tentar complementar todo o conhecimento que estes adquirem, nomeadamente em aspetos muitos específicos aos quais não têm acesso no decorrer da sua formação médica” e, assim, contribuir para “uma geração de futuros médicos mais informada, capaz e proativa”, remata.
As cidades de Lisboa, Coimbra e Porto já foram palco deste congresso, que regressa este ano ao norte de Portugal, mais concretamente ao Instituto Superior de Engenharia do Porto. No entanto, ao contrário dos anos transatos, “foi estabelecida uma estrutura concreta em termos de programa” com temáticas que interessam aos estudantes, sejam eles do 1º ou do 6º ano. A ideia é que “tenham contacto com assuntos por vezes menos acessíveis” e que “estimulem o conhecimento dos princípios básicos, bem como o envolvimento em sessões mais práticas”. Nesse sentido, o programa foi dividido em “três keynote lectures, quatro sessões plenárias e em sessões paralelas/workshops”. As sessões plenárias abordam temas como “Catástrofes Nacionais, Internato Médico C(S)em Questões, Medicina Humanitária e dos Migrantes e Designer Babies”. No que toca às três keynote lectures, uma delas centra-se na apresentação de “um caso real, onde teremos um doente oncológico a falar da sua condição clínica”. A outra, na abordagem ao “empreendedorismo na saúde, onde poderão contar com um olhar incomum sobre o mundo das startups, das aplicações tecnológicas e, acima de tudo, da criatividade na medicina”. A terceira, sobre o tema “Saúde Global em que, numa época desafiante para a área da Saúde, promovemos uma reflexão sobre temas-chave para o futuro desta área em todo o Mundo, bem como a discussão dos desafios da aplicação da inovação nos cuidados de saúde, num mundo em mudança”. Por sua vez, as sessões paralelas e os workshops, “ocorrem em simultâneo e abordarão inúmeros temas atuais com uma vertente mais teórica e dirigida a um menor número de pessoas”. Por fim, o congresso tem este ano uma inovação: “o CNEM Pitch” que resulta de uma iniciativa conjunta com o “Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) e que consiste numa “atividade remodelada que pretende dar forma às ideias e aos projetos originais dos estudantes de Medicina”. Os vencedores desta iniciativa recebem apoio financeiro para pôr em curso o que apresentaram, bem como aconselhamento profissional na área da tecnologia, da inovação e da investigação. O CNEM Pitch está aberto a qualquer estudante de Medicina do país, seja ou não participante do CNEM.
Esta edição, cuja Comissão de Honra é presidida pelo Presidente da República, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, conta com 430 estudantes participantes, tendo as inscrições “esgotado em apenas um minuto”, o que revela que existiu uma “grande procura e uma enorme expectativa”. O coordenador geral do CNEM garante que os congressistas podem confiar “num congresso mais sólido do que os anteriores, muito bem estruturado, com temas muito variados e parcerias interessantes” no qual “vão conviver, partilhar e aprender com os melhores e, seguramente, adquirir uma perspetiva global da saúde a nível nacional e internacional”. José Durão apela a que não faltem: “aceitem o desafio do CNEM e alarguem os horizontes. Vamos procurar a inovação e a inspiração. Vamos carregar uma nova mensagem e uma nova atitude. Vamos ainda mais longe”.
Consulte AQUI o programa do congresso.
Por Rita Rodrigues