Especialistas e entidades reúnem-se no C-Health Congress para discutir o que vai mudar nos cuidados de saúde em Portugal
Perante a tendência de decréscimo populacional e a acentuação do envelhecimento demográfico em Portugal nos últimos anos, o país confronta-se com a necessidade de identificar novas formas de gestão dos cuidados de saúde e formas de reduzir o desperdício, o que passa pela inovação no setor. Amanhã, dia 24 de outubro, especialistas e entidades que têm atuado na mudança dos serviços de saúde em Portugal, reúnem-se no C-Health Congress para discutir, entre outros temas, a otimização do acesso aos cuidados, dentro e fora dos hospitais, e como garantir a interoperabilidade na saúde, envolvendo pacientes, famílias e profissionais de saúde, passando pela otimização da transformação digital, já visível no setor.
Por sua vez, os gastos com cuidados de longo termo, em Portugal, sofreram um aumento superior a qualquer outro tipo de cuidado de saúde, numa realidade que aponta também o aumento das doenças crónicas nos últimos anos. Como está a responder o serviço nacional de saúde ao aumento das doenças crónicas, através da implementação de novas estratégias de gestão, e de que forma a família do paciente está a ser encarada como aliado para a prestação de
cuidados de saúde, vão ser temas de debate do encontro promovido pela IFE by Abilways.
Três em cada quatro portugueses acham que a saúde não é uma prioridade no país
Os utentes consideram que a pouca preocupação com a sua saúde fica patente nos longos tempos de espera para consultas e cirurgias, na falta de médicos e de outros profissionais nas unidades de saúde e ainda no baixo investimento no setor. As conclusões são de um estudo recente promovido pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH). Entidade ativa na defesa da inovação do modelo de cuidados e de financiamento da saúde em Portugal, colocando o utente como um dos elementos centrais, a Associação vai participar no C-Health Congress. Alexandre Lourenço, Presidente da APAH, irá aprofundar sobre o caminho a seguir para garantir a deslocação necessária dos cuidados de saúde para junto dos pacientes, evidenciando o que muda, deve mudar e o que imutável neste processo.
Para falar sobre a interoperabilidade na saúde e a melhor forma de envolver pacientes, famílias e profissionais de saúde, promovendo uma melhor experiência do paciente e a otimização das diferentes fases do ciclo da relação, vão estar presentes: Manuel Lopes, Coordenador do Projeto SNS+Proximidade, Carlos Pereira Alves, Presidente da APDH, Tânia Sofia Eufrásio Cortez, Diretora Regional da Direção Regional de Saúde dos Açores e Cristina Potie, Diretora Geral da Fundação Rui Osório de Castro. Continuando em formato mesa redonda, vai ser debatido o desafio da integração de cuidados, aprofundando a melhor forma de colaborar, comunicar e definir conjuntamente planos de tratamento e acompanhamento do paciente, o papel das equipas multidisciplinares e de que forma garantir uma comunicação mais ágil entre os profissionais de saúde. Neste momento irá participar Rui Maio, Diretor Clínico do Hospital Beatriz Ângelo, Luís Campos, Diretor do Serviço Medicina Interna do Hospital São Francisco Xavier, Filipa Barbosa, Direção da Associação Abraço, Susana Magalhães do Instituto de Bioética (UCP) e UFP e Nuno Cunha, Customer Strategy Director da Janssen.
Sobre como cuidar fora do ambiente hospitalar, qual o seu propósito e objetivos, debatendo sobre o impacto da hospitalização domiciliária nos doentes e no Serviço Nacional de Saúde, o tema vai ser discutido por: Francisca Delerue, Diretora da Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital Garcia da Orta, José Robalo, Presidente da ARS Alentejo e Sofia Borges Pereira, do Instituto da Segurança Social.
Como gerir a experiência do paciente, que passa pela garantia de recursos, competências, disponibilidade e tecnologia, vai ser o tema apresentado por Adelaide Belo, Coordenadora do Projeto “Gestão de Caso” da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano: Este novo modelo de prestação de cuidados é focado nas necessidades dos doentes e da sua família, é proativo e baseado na comunidade, tendo como pilar a coordenação entre os cuidados de saúde hospitalares e os Cuidados de Saúde Primários, assentando numa equipa multidisciplinar, constituída por médicos de Medicina Interna, Médicos de Família, Enfermeiros, Assistentes Sociais e outros profissionais. Outro tema em debate no encontro será a utilização inteligente da tecnologia para cuidar do paciente onde ele estiver, aprofundando sobre o futuro das aplicações médicas e a utilização da robótica, da inteligência artificial, da IoT (Internet of Things), concluindo sobre as vantagens e riscos associados à monitorização das condições de saúde em tempo real. O momento irá contar com a intervenção de Filipa Fixe, Executive Board Member da Glintt, Daniel Ferreira, Diretor clínico do Hospital da Luz Centro Clínico Digital, Tânia Vinagre, Gestora de Saúde e investigação da Fundação Champalimaud, Rosário Reis, Vogal Executiva do Conselho de Administração do IPO Coimbra e Rogério Neiva, Diretor de Operações da Altitude Software. Qual a mais-valia da tecnologia no “cuidado” da doença e o que pode esta oferecer ao doente que realmente precisa, vai ser debatido pelo grupo de especialistas: Joaquim Cunha, Presidente da Health Cluster Portugal, Hélder Oliveira – Investigador TEC4HEALTH – INESC TEC, João Rosa de Carvalho, BPO & Customer Care B2B Operations Diretor da Altice e Micaela Monteiro, Coordenadora do Centro Nacional de TeleSaúde. Como interagem a prestação de cuidados, os dispositivos médicos, a indústria farmacêutica e o software médico e como ler e interpretar os “dados” do paciente para agir em tempo real vão ser alguns dos pontos em destaque.
O encontro irá terminar com um momento de reflexão sobre como vai evoluir a prestação de cuidados de saúde em Portugal, moderado por Óscar Gaspar, Presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada.
Consulte AQUI o programa completo do C-Health Congress.