Diagnóstico precoce, a única fórmula para travar o roubo da visão provocado pelo glaucoma
É uma doença grave. Uma doença que pode roubar a visão e que o faz, muitas vezes, sem grandes avisos prévios. Por ocasião da Semana Mundial do Glaucoma, que se assinala esta semana, 10 a 16 de março, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) associa-se a esta iniciativa e deixa o alerta: o glaucoma é a principal causa evitável de cegueira irreversível. Tanto que, em 2040, estima-se que mais de 110 milhões de pessoas venham a ter a doença. A prevenção, através da visita a um especialista e da realização de exames de rotina, é a melhor forma de o evitar.
“O glaucoma, sendo uma doença potencialmente grave, tem tratamento que, quando instituído atempadamente, pode manter uma boa qualidade de vida”, garante Flávio Alves, especialista do Grupo Português do Glaucoma, da SPO. Por cá, refere o especialista, “tal como nos países ocidentais, a percentagem de doentes com glaucoma varia entre 2,0 a 2,5% sendo mais frequente nas faixas etárias mais elevadas”. O que significa, contas feitas, que cerca de 200 mil pessoas sofrem com a doença no País.
“O diagnóstico precoce é fundamental”, reforça o médico, “uma vez que permite melhores resultados com o tratamento. Além disso, as lesões provocadas pelo glaucoma (perda do campo visual) são irreversíveis e mais graves com a evolução da doença”. Não havendo história familiar de glaucoma, o especialista considera que, “pelo menos aos quarenta anos, deve-se efetuar uma consulta com o médico oftalmologista para despiste da doença”. Uma periodicidade que varia em função daquilo que for encontrado na primeira consulta que, “no caso de normalidade, deverá ser de dois em dois anos, mas deverá ser mais frequente com a evolução da idade e a presença de doença”.
O principal fator de risco do glaucoma é a hipertensão ocular, ainda que, explica o médico, existam outras, como “a herança genética, alterações vasculares, a raça (nomeadamente a negra e a asiática)”. E apesar da prática de exercício físico poder ter vantagens, uma vez que permite a redução da pressão intraocular e uma melhoria na circulação a nível ocular, “em glaucomas avançados, no entanto, assim como no Síndrome de Dispersão Pigmentar, o exercício pode não ser benéfico”.
O especialista realça que “a consulta com o médico oftalmologista é importantíssima, especialmente nos casos em que há história familiar positiva”. E acrescenta que, quando diagnosticado e instituído o tratamento, é mandatório cumprir as instruções, quer no uso da medição, quer na realização de consultas e exames periódicos, para uma melhor monitorização da doença”.