COVID-19: APIC reforça a necessidade de manter o tratamento adequado do enfarte agudo do miocárdio
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está preocupada com a possibilidade de que a atual pandemia por COVID-19 possa levar a uma diminuição dos tratamentos urgentes do enfarte agudo do miocárdio.
“Pressentimos uma diminuição, a nível nacional, do número de angioplastias primárias realizadas, isto é, de procedimentos por cateterismo destinados ao tratamento do enfarte agudo do miocárdio, uma das principais causas de mortalidade no nosso país. Alguns doentes, por eventual receio de serem contagiados por COVID-19 no hospital, poderão não estar a ligar ao 112 na presença dos sintomas típicos“, alerta João Brum Silveira, presidente da APIC.
E acrescenta: “As pessoas com doença cardiovascular, especialmente aquelas que sofrem de doença cardíaca isquémica, mantêm algum risco de enfarte, independentemente da pandemia COVID-19. Por isso, não devem ignorar sintomas como dor forte e persistente no peito, principalmente se acompanhada de falta de ar, suores, náuseas e vómitos, o que pode significar um enfarte agudo do miocárdio. Na presença destes sintomas, é atualmente desaconselhada a ida direta do doente aos serviços de urgência. Deve sim, ligar rapidamente ao 112 e seguir as instruções que lhe forem fornecidas”.
Neste momento, todos os laboratórios de hemodinâmica do nosso país inseridos no SNS estão ativos e continuam a assistir regularmente as pessoas com doença cardiovascular urgente. As equipas de cardiologia de intervenção que trabalham nesses laboratórios estão preparadas para trabalhar no contexto da pandemia por COVID-19.
“Apesar da situação de saúde pública em que nos encontramos, existem percursos protegidos e adequados no hospital para as pessoas que sofrem de problemas cardiovasculares agudos e necessitam de assistência urgente”, conclui João Brum Silveira.