Fibrose Pulmonar Idiopática: uma doença rara e sem cura em que o diagnóstico precoce faz a diferença
Falta de ar, fadiga, cansaço e tosse seca e persistente são alguns dos sintomas da Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI), uma doença rara e sem cura que afeta pessoas acima dos cinquenta anos, tendo maior incidência entre os sessenta e os setenta anos. Em setembro, mês de sensibilização para a FPI, é o momento de alertar a população e os profissionais de saúde para os seus sintomas, para o impacto em quem dela sofre e para a importância de um diagnóstico precoce, reforçando a mensagem de uma campanha da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da RESPIRA, que conta com o apoio da Boehringer Ingelheim: “FPI, a doença que não espera”.
De acordo com António Morais, pneumologista e presidente da SPP, a FPI é uma doença crónica associada “a incapacidade de esforço, com limitação da autonomia, a insuficiência respiratória nas fases mais avançadas da doença e a morte”. Um cenário que pode ser significativamente retardado com um diagnóstico atempado e precoce, dado atualmente existirem fármacos que ajudam a tratar a FPI.
Procurar realizar um diagnóstico “quando a perda de função respiratória é ainda mínima”, recorrendo a exames que permitam detetar as alterações nos pulmões, como é a TAC torácica, e não desvalorizar as manifestações da doença são essenciais para o seu diagnóstico e tratamento. Aliás, para o presidente da SPP, a atempada resposta à doença vai permitir dar início à terapêutica adequada, atrasando, assim, a progressão da FPI e, consequentemente, fornecendo uma melhor qualidade de vida aos doentes.
Isabel Saraiva, presidente da Associação Respira, não tem dúvidas da importância do diagnóstico precoce que, no caso da FPI, “pode fazer toda a diferença entre o doente viver mais alguns anos com alguma qualidade de vida ou poucos anos com nenhuma qualidade de vida”.
Contudo, o diagnóstico precoce ainda não é uma realidade para todos. Seja pela dissociação dos sintomas à FPI, podendo ser facilmente confundidos com os de outras patologias respiratórias ou cardíacas, ou pela falta de conhecimento e sensibilização dos profissionais de saúde, ainda são vários os portadores desta doença que são apenas diagnosticados numa fase mais avançada da mesma. Assim, ao não beneficiarem da terapêutica numa fase inicial, torna-se mais difícil atenuar as consequências da FPI.
É, por isso, essencial “chamar à atenção, porque esta doença existe, os doentes têm necessidades específicas, têm de ter acesso ao diagnóstico e aos tratamentos e a tudo o que conduz a uma melhor qualidade de vida sempre que possível”, reforça Isabel Saraiva.
Apesar das causas da doença ainda serem desconhecidas, António Morais revela que “a predisposição genética, a senescência e as agressões de fatores externos no epitélio alveolar” podem fazer parte do conjunto de situações que induzem à FPI.
Esta campanha pretende assim alertar profissionais de saúde e doentes para a importância do diagnóstico precoce.