“Precisamos de um Plano Nacional Contra as Doenças Reumáticas que seja eficaz!”
O encaminhamento precoce para a Reumatologia e a redução do intervalo de diagnóstico são estratégias importantes para reduzir a incapacidade e melhorar a qualidade de vida de quase todos os doentes reumáticos. Para alertar a importância de um sistema, Luís Cunha Miranda, reumatologista no Instituto Português de Reumatologia (IPR), elaborou duas análises que refletem a realidade destas patologias a nível nacional.
Segundo o estudo “Mind The Gap: early referral to rheumatology in pandemic times”, realizado pelo especialista durante a pandemia, verificou-se, nos hospitais, uma diminuição média de 38,5% deste encaminhamento: no Instituto Português de Reumatologia houve uma queda de mais de 50% dos encaminhamentos, no Hospital do Conde de Bertiandos de 26,5% e no Hospital Garcia de Horta de 37,8%.
Luís Cunha Miranda, perante estes dados, refere que “é preciso fazer mais por estes doentes e garantir que são criadas estratégias para os ajudar. Contudo, esta análise apenas reflete uma necessidade que há muito tinha de ser reconhecida que passa pela implementação de um novo Plano Nacional Contra as Doenças Reumáticas (PNCDR) que cumpra com os objetivos estabelecidos.”
Para reforçar esta reflexão, o especialista realizou o estudo “Taxa de execução em 2021 Plano Nacional Contra as Doenças Reumáticas (PNCDR): 2004-2014: Porque precisamos de um novo PNCDR?”. Uma análise que permitiu concluir que a taxa de execução destas estratégias ficou aquém do esperado, com um total de 6 objetivos não concretizados, de todo, e 4 somente parcialmente efetuados, o que representa um total de 38,1% das iniciativas não efetuadas.
Para Luís Cunha Miranda, reumatologista, “estes dados demonstram que, ao dia de hoje, os resultados dos projetos propostos no âmbito das doenças reumáticas ficaram aquém do que era expectável e isso é preocupante. É inimaginável que o PNCDR tenha passado de programa prioritário, para programa inexistente em 2014, sendo que existem, neste momento, em Portugal, 12 programas nacionais prioritários e 11 não prioritários.”