APDP comemora Dia da Criança com grande “vitória” para as crianças que vivem com diabetes tipo 1 e suas famílias
A propósito do Dia da Criança, assinalado anualmente a 1 de junho, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) saúda a decisão do Ministério da Saúde de criar um programa que irá garantir o acesso de todas as crianças com diabetes tipo 1 às bombas de insulina de última geração. Na origem da decisão está a petição que será hoje discutida em reunião plenária da Assembleia da República, a partir das 15 horas.
O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou ontem a criação de um programa para o tratamento com as bombas de insulina de última geração para as 15 mil pessoas com diabetes tipo 1 que têm indicação para a sua utilização. Segundo o despacho assinado pelo ministro da Saúde, este programa de acesso universal será aplicado até 2026.
“Esta é uma grande vitória, que não teríamos conseguido comemorar neste dia tão especial sem a ajuda de todas as famílias que têm lutado todos os dias pela melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas que vivem com diabetes tipo 1.”, assinala José Manuel Boavida, presidente da APDP.
“Esperamos agora que o processo seja simples e que a chegada de mais marcas ao mercado permita uma grande diminuição de custos, que poderá ser potenciada através do aproveitamento do sistema de distribuição das farmácias, com poupanças no armazenamento e na distribuição, que nos parece ser a melhor forma de dispensa desta importante inovação com maior rapidez e eficiência.”, remata.
No dia 14 de novembro de 2022, a propósito do Dia Mundial da Diabetes, a APDP entregou na Assembleia da República uma petição “Pelo acesso aos sistemas híbridos de perfusão sub-cutânea contínua de insulina (bombas de insulina) e pela qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal”, que juntou cerca de 25 mil assinaturas. A APDP propôs ainda aos grupos parlamentares um aditamento ao Orçamento de Estado de 2023 para a comparticipação de 100% de mais dispositivos automáticos de insulina para pessoas com diabetes tipo 1.
No seguimento desta ação, o Governo criou um grupo de trabalho para avaliar a comparticipação e as condições de alargamento do acesso aos novos dispositivos. Esta comissão terminou o seu trabalho e apresentou as propostas de estratégia para a disseminação da utilização destes dispositivos e, até ao momento, estava apenas em falta a decisão do Ministro da Saúde.
Em Portugal, calcula-se que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1, 5.000 das quais serão crianças e jovens. Esta é uma doença crónica causada pela destruição das células produtoras de insulina, que obriga ao tratamento com insulina desde o momento do diagnóstico e durante toda a vida.
Estes dispositivos são, atualmente, o que mais se assemelha ao funcionamento de um pâncreas artificial, administrando insulina automaticamente e ajustando-a de acordo com as necessidades individuais. São comparticipados em países como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Itália, Eslovénia e Países Nórdicos.