Missão Samburu leva cuidados de saúde oral a 300 habitantes do Quénia
De 29 de julho a 20 de agosto, a Egas Moniz School of Health & Science promove a sua primeira Missão Humanitária Internacional no Quénia – Missão Samburu.
Coordenada pelos médicos dentistas André Mariz de Almeida e Catarina Martinho esta missão tem como objetivo prestar apoio humanitário, literacia e cuidados primários de saúde oral a cerca de 3000 pessoas nas regiões de Samburu e Nairobi.
A missão está dividida em duas fases: a primeira, de 1 a 15 de agosto em Samburu, e a segunda, de 15 a 20 de agosto, em Nairobi. A equipa vai trabalhar em colaboração com três organizações não-governamentais e com entidades locais e está focada, essencialmente, em cuidados de saúde oral. “Vamos trabalhar com cerca de cinco aldeias ao lado de um dispensário médico, mesmo no centro do Condado de Samburu e, depois, iremos descer ligeiramente para uma zona mais ou menos a 50km de Nairobi, onde vamos trabalhar com uma ONG de crianças com deficiências profundas. Por fim, encerramos a missão na capital, Nairobi, onde vamos trabalhar com o Centro de Acolhimento Wanalea, fundado há 15 anos pela portuguesa Laura Vasconcelos, no rescaldo da guerra civil do Quénia”, descreve André Mariz de Almeida. Este orfanato acolhe cerca de 40 crianças e tem sido um pilar na luta contra a pobreza, mudando o destino de centenas de vidas com realidades difíceis.
Cáries, defeitos de formação dentária e problemas gengivais são uma realidade comum nestas populações, agravada pela falta de acesso a cuidados adequados. “Em Nairobi encontro pessoas com dentes com graves deficiências de formação, não só pela água que é bebida e que é altamente férrea, mas também pela alimentação. Infelizmente é mais barato comer alimentos com alto teor de açúcar e outros ingredientes corrosivos para os dentes”.
Já em Samburu, mais a Norte do Quénia, “encontramos mais problemas gengivais que afetam a ingestão de alimentos e a nutrição”. Esta é das regiões mais afetadas pela seca extrema desde 2011, seguida por chuvas intensas e devastadoras, em que 70% da população vive abaixo do limiar de pobreza e 40% não tem acesso a água potável, nem a cuidados de saúde primários”. Sem grandes condições do ponto de vista clínico, a equipa vai fazer, nesta população, alguns tratamentos restauradores minimamente invasivos, aplicação de fluor e, essencialmente, literacia em saúde oral. Vai ainda levar equipamento para o único dispensário médico da região, de forma a dotá-lo de condições para a prestação de primeiros socorros. “Vamos levar camas, frigoríficos, material de diagnostico primário, material para reabilitação física e fraturas ósseas, que permite que a equipa de enfermeiros local possa trabalhar em primeiros socorros e salvar vidas”.
Mais do que um problema de saúde pública, a saúde oral tem um impacto social muito grande nestas comunidades, “é a diferença entre conseguir ou não um emprego, nomeadamente no setor do turismo, por exemplo”. Além de que agrava ainda mais os problemas nutricionais porque “há pessoas com problemas dentários e gengivais tão graves que não conseguem sequer comer”, descreve o médico dentista.
Com o apoio de organizações não-governamentais locais e da comunidade, esta missão pretende não só melhorar as condições de vida da população, mas também garantir uma continuidade no apoio e no desenvolvimento destas regiões. Com a missão deste ano à porta, a equipa promete regressar no próximo ano, reafirmando o compromisso de continuar a transformar vidas e construir um amanhã melhor para esta região. A missão humanitária Samburu é um farol de esperança no meio da adversidade e demonstra como a união de esforços pode transformar vidas.
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