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Mais de metade dos portugueses com idade igual ou superior a 85 anos já terão sido vacinados contra a gripe

Mais de metade dos portugueses com idade igual ou superior a 85 anos já terão sido vacinados contra a gripe

Os dados da segunda vaga do relatório Vacinómetro®, que monitoriza a vacinação contra a gripe durante a época gripal, através de questionários, revelam que, da população incluída nas recomendações da Direção-Geral da Saúde, já terão sido vacinados contra a gripe sazonal desde o início da época 2024/2025:

  • 59,6% das pessoas com 85 ou mais anos de idade e dos não vacinados (40,4%) 67,3% tenciona ainda vacinar-se;
  • Cerca de 59% dos indivíduos com mais de 80 anos de idade;
  • 57% das grávidas, sendo que metade menciona que o fez por recomendação do médico;
  • 53,6% dos indivíduos com 65 ou mais anos de idade;
  • 40,1% dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes;
  • 21,6% dos portugueses com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos –  sendo que, com a sub-análise realizada, 41% vacinou-se por iniciativa própria, porque procura sempre estar protegido;
  • 53,7% dos inquiridos portadores de doença crónica.

Dos resultados desta 2.ª vaga, importa destacar que, do total de indivíduos vacinados, pertencentes ao grupo dos doentes crónicos:

  • mais de metade (55,7%) da população com doença cardiovascular já terá sido vacinada, e dos não vacinados 55,1% tenciona ainda vacinar-se;
  • quase metade (49,3%) das pessoas com diabetes já terão sido vacinadas, e das não vacinadas 57,9% tenciona vacinar-se;
  • 42,1% das pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) já se vacinou, sendo que 87,5% o terão feito por saberem que fazem parte dos grupos de risco para esta patologia.

Do total do grupo de indivíduos vacinados, na amostra total estudada, os principais motivos que os levaram a vacinar-se foram:

  • 33,9% por recomendação do médico;
  • 33,5% por iniciativa própria, porque procuram estar sempre protegidos;
  • 17,0% no contexto de uma iniciativa laboral;
  • 8% porque recebeu notificação de agendamento pelo SNS;
  • 7% porque sabe que faz parte dos grupos de risco.

Nuno Jacinto

Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Estes resultados são assinaláveis. Da amostra total inquirida verificámos um aumento em relação ao ano anterior (34,1% vs 32,3%), o que é ainda mais significativo se considerarmos que na época passada estes dados foram recolhidos já em novembro, o que se traduz num aumento do ritmo de vacinação. E se analisarmos em detalhe os grupos com recomendação, a diferença da cobertura vacinal face ao ano anterior é ainda mais acentuada, passando de 39,7% para 43,6%. A exceção da população alvo 60-64, cuja taxa de vacinação está ligeiramente abaixo do que se verificava na época 2023/24 (-4%)”.

Outro dado que se mostra bastante consistente, não só com a vaga passada, mas também com os dados da época passada diz respeito ao peso que a recomendação do médico tem nos motivos pelos quais os grupos com recomendação se vacinam (60+, 65+, 80+, 85+, doentes crónicos, grávidas).

Também os profissionais de saúde tiveram um acréscimo na taxa de vacinação, quer face à vaga passada, quer quando comparado com o ano anterior e, neste momento, cerca de 40% dos inquiridos desta população já se encontra vacinada. No caso os principais motivos de vacinação prendem-se com iniciativas “no contexto laboral” e porque “procura sempre estar protegido”.

Em relação à vacina de dose elevada que é administrada gratuitamente nas pessoas com 85 ou mais anos de idade, na amostra total estudada, 52,9% não sabe que está disponível uma vacina de dose elevada para esta população.

Os locais preferenciais de aquisição/ administração da vacina em função da população alvo que tenhamos em análise, sendo que a totalidade dos profissionais de saúde inquiridos recebeu a vacina no local de trabalho, revelaram que a população acima dos 80 e 85 anos e as grávidas receberam a vacina maioritariamente no Centro de Saúde e a população entre os 60 e os 64 e acima dos 65 recebeu maioritariamente na farmácia.

Também os dados relativos à intenção de vacinação para aqueles que até ao momento não o fizeram, têm sido bastante consistentes ao longo das épocas vacinais e mostram elevada taxa de intenção vacinal. Ainda em relação à intenção vacinal, é interessante notar que esta aumenta à medida que aumenta também a fragilidade dos grupos em análise, sendo os grupos com maior intenção vacinal, os doentes crónicos, os acima dos 65 anos, acima dos 80 anos e acima dos 85 anos.

.Amostra total estudada – 22,8%

.Grupos com recomendação – 33,6%

.60+ – 37,3%

.60-64 anos – 26,6%

.65+ – 49,5%

.80+ – 64,7%

.85+ – 67,3%

.Doentes crónicos – 56,8%

.Profissionais de saúde – 32,1%

.Grávidas – 21,8%

Relativamente à coadministração, e tendo por referência os dados da vaga anterior, a taxa de coadministração da vacina contra a gripe/ COVID nos grupos com recomendação diminuiu (passou de 82,9% para 76,6%), ainda que o principal motivo pela decisão de receber ambas as vacinas ao mesmo tempo se mantenha o mesmo (Quero estar protegido| Considero que ambas são importantes para a minha saúde). um decréscimo (passou de 83,1% para 76,6%).

Ainda em relação à coadministração, mas tendo por base os inquiridos que ainda não se vacinaram, mantém-se a tendência da vaga passada em que a maioria pretende vacinar-se levando as duas vacinas ao mesmo tempo (57,7%), tendência que está em linha com os resultados do ano passado, ainda que com valores bastante menos expressivos (85,3% vs 57,7%).