Novo PNV: BCG passa a ser administrada apenas em crianças que pertencem a grupos de risco
BCG deixa de ser universal, vacina contra o HPV passa a ser administrada em raparigas mais jovens, vacina contra a meningite B poderá ser incluída no PNV mas apenas para crianças com défices imunitários e grávidas vão ser vacinadas contra a tosse convulsa. São estas algumas das principais alterações ao novo Plano Nacional de Vacinação
A partir do próximo dia 1 de janeiro de 2017, o Plano Nacional de Vacinação será alvo de algumas alterações. Dentro das principais mudanças, a que mais se destaca é a perda da universalidade da vacinação contra a tuberculose. Até aqui todas as crianças recebiam a vacina BCG logo após o nascimento. Porém, a partir do próximo ano apenas as que fazem parte de grupos de risco serão protegidas. Dentro destes grupos incluem-se as crianças que pertencem a famílias com risco acrescido de tuberculose ou que vivem em regiões do país com maior incidência de tuberculose, nomeadamente em Lisboa e Porto.
Esta decisão teve como base a redução das taxas de infeção por tuberculose no nosso país (20 casos para cada 100 mil habitantes, em 2015), não justificando, segundo Graça Freitas referiu em entrevista à agência Lusa, a vacinação universal. A subdiretora geral da saúde acrescentou que “Portugal ter um programa de vigilância que permite monitorizar a doença” e que esta mudança de estratégia não está relacionada com a falta de vacinas BCG que se registou nos últimos anos.
Vacinas contra HPV e contra a meningite B
Outra novidade do PNV é a administração mais precoce de uma nova vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), que oferece uma garantia de 90% de proteção contra o cancro do colo do útero. Segundo Graça Freitas, até aqui era utilizada uma vacina quadrivalente que oferecia uma eficácia de cerca de 75% na prevenção do cancro do colo do útero. Entretanto, foi possível adicionar à vacina mais cinco antigénios. A população do sexo feminino vai passar a receber esta vacina aos dez anos de idade quando, atualmente é administrada entre os 10 e os 13 anos.
Apesar de algumas evidências sugerirem o benefício da vacinação contra o HPV também nos rapazes, Graça Freitas reforçou que, para já apenas as raparigas serão vacinadas pois na população feminina “o benefício é muito maior”.
Relativamente à vacina contra a meningite B, está ainda a ser ponderada a sua inclusão no PNS, com gratuitidade apenas para as crianças que apresentam défices imunitários relacionados com condições clínicas tais como a asplenia (ausência de balo) anatómica ou funcional.
Vacinação contra tosse convulsa na gravidez
Com o objetivo de proteger os bebés contra a tosse convulsa, as mulheres grávidas vão passar a poder receber a vacina por volta da vigésima semana de gestação, com a garantia de que esta é segura.
Esta passagem da imunidade da mãe para o bebé através da placenta tem como missão proteger a criança até aos dois meses de idade, altura em que já pode ser vacinada.
Os custos da vacina serão suportados pela mulher.
Raio-X com Lusa