Dia Mundial do Lúpus: Uma patologia que afeta 10 vezes mais o sexo feminino
A propósito do Dia Mundial do Lúpus, que se assinala hoje, 10 de maio, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia deixa alguns números e informações úteis sobre esta doença que afeta 10 vezes mais as mulheres do que os homens.
O Lúpus é uma doença crónica e, por isso, não existe cura mas existe tratamento. É necessário que o diagnóstico seja feito precocemente para que se evitem situações mais graves associadas à doença. A sobrevida do doente está diretamente relacionada com o cuidado que se tem no tratamento adequado desta patologia, de modo a evitar outras doenças que podem ser fatais. Ao contrário de outras doenças reumáticas, como a Osteoporose, os doentes portadores de lupus devem evitar a exposição solar e utilizar protetor solar no dia-a-dia, para evitar o agravamento das lesões cutâneas típicas desta doença.
Os principais sinais de alerta são as manifestações cutâneas e articulares (90%), nomeadamente o aparecimento de manchas na pele e dores nas articulações, sendo que algumas pessoas poderão apresentar doença renal (37%) e mesmo neuropsiquiátrica (18%). Também é comum o aparecimento de febre, fadiga, dores musculares, úlceras nasais e orais dolorosas, além de inúmeras comorbilidades associadas, nomeadamente do foro pulmonar/respiratório e cardiovascular.
Existem dois tipos distintos de lúpus: o lúpus eritematoso sistémico (LES) e o lúpus discóide. O LES é o tipo mais grave desta doença e caracteriza-se pela produção de anticorpos contra o próprio organismo (é uma doença autoimune), causando lesões em diversos órgãos. Estima-se que esta patologia afete 0,7% da população portuguesa, em especial o sexo feminino e, apesar de poder aparecer em qualquer altura da vida, em 75% dos casos tem início entre a faixa etária dos 16 e aos 49 anos de idade. Por sua vez, o lúpus discoide representa uma forma menos grave desta patologia, sendo que pode evoluir posteriormente para LES. A sintomatologia passa apenas por manifestações cutâneas.
Ainda não é conhecida uma causa direta para o lúpus, no entanto, fatores genéticos, hormonais, imunológicos e também ambientais têm influência no desenvolvimento desta doença e na agudização de sintomas. Não é uma patologia contagiosa, pelo que não deve existir nenhum tipo de receio no contacto com outras pessoas, mesmo quando em fase de agudização. Apesar de os fatores genéticos terem influência no aparecimento da doença, a maioria dos filhos de doentes com LES não apresenta a doença.
Por Rita Rodrigues