Mais de uma centena de doentes oncológicos participaram este ano em projeto de reabilitação física e psicoemocional
No final daquele que é o mês de Sensibilização para as Doenças Malignas do Sangue, a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL) revela que foram mais de 100 os doentes que participaram nas atividades do projeto “Viver +: Programas de Reabilitação Física e Psicoemocional dos Doentes e Sobreviventes Oncológicos”. Este sábado, 29 de setembro às 14h30, vai decorrer o Encontro Anual da associação no Pavilhão Centro de Portugal, em Coimbra, no qual vai ser feito o balanço do projeto pela associação e apresentados vários testemunhos de pessoas com doenças oncológicas do sangue.
A centena de doentes que participaram no programa deste ano tinham entre 25 e mais de 65 anos de idade e estiveram em contacto com várias atividades que lhes proporcionaram momentos de interação e informação sobre a saúde e as melhores formas de compreender e combater a sua doença, como programas de exercício, recuperação física e programas de horticultura e culinária. Estes momentos contaram com a participação de doentes e profissionais de saúde de diferentes especialidades, o que lhes permitiu o contacto com mais ferramentas para a autogestão da sua doença.
A presidente da APLL, Isabel Barbosa avança que para a associação “foi um resultado muito relevante para nós. Temos a certeza que estamos a marcar positivamente a vida destes doentes, especialmente tendo em conta os mais recentes dados do relatório do Lymphoma Coalition (Coligação do Linfoma), que mostram que quanto mais os doentes estiverem ativamente envolvidos e informados, mais e melhores são os resultados na melhoria da sua qualidade de vida e autogestão da sua doença. Estas pessoas vão ter mais sucesso a gerir a sua própria doença, bem como o seu tratamento, o que leva a melhorias consideráveis na possibilidade de cura ou melhoria da sua condição de saúde.”
A partir de setembro novas atividades passam a estar disponíveis para os doentes, nomeadamente a visita a uma horta biológica, na qual podem identificar os alimentos e temperos que mais podem beneficiá-los. Em outubro terá início a iniciativa “Roda de Conversa” que vai permitir juntar doentes e profissionais de saúde de várias áreas, como a psicologia, farmácia e oncologia, em sessões nas quais vão poder falar sobre a sua doença e receber informação útil para a acompanharem, encarando-a positivamente. Para além desta sessão, a associação está também a trabalhar no desenvolvimento de webinars para proporcionarem a literacia na saúde destes doentes e se poder falar sobre as várias particularidades das doenças oncológicas do sangue e outras áreas que impactem a saúde e qualidade de vida dos doentes, tais como os direitos dos doentes oncológicos e impacto das doenças malignas do sangue.
“Fazemos um balanço muito positivo do projeto Viver +. Houve uma grande adesão por parte dos doentes para participação nas atividades, maior do que aquela que estávamos à espera. Estamos gratos aos profissionais e voluntários dedicados a proporcionar estas boas experiências aos doentes que nos procuram, o que realça a importância do papel das associações de doentes.” completa Isabel Barbosa.
Até ao final do ano estará disponível um guião para os doentes oncológicos, com informação essencial para ajudá-los nos dia a dia e as dúvidas que possam surgir. O projeto Viver + recebeu em 2018 um prémio monetário da biofarmacêutica Celgene, integrado no Change Makers, o programa internacional de responsabilidade social da companhia que visa reconhecer iniciativas centradas nas pessoas com doença oncológica e, assim, possibilitou a continuidade das atividades desenvolvidas e que terão continuação até ao final do ano.