DGS alerta para cuidados com alimentação em grávidas vegetarianas
“Preciso de suplementação de alguma vitamina?”, “Devo evitar alguns alimentos para proporcionar um melhor aleitamento?”, “Será que ser vegetariana prejudica o meu bebé?”, estas são algumas das questões que fazem parte do pensamento das mães vegetarianas. Neste Dia Mundial da Alimentação, a Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda suplementos de vitaminas e minerais para bebés e grávidas com alimentação vegetariana e relembra que a dieta não omnívora no primeiro ano de vida deve estar sempre sob controlo médico. Esta entidade alerta ainda para os erros cometidos na alimentação das crianças.
“A existência de um número crescente de progenitores que praticam e pretendem que o lactente pratique outras dietas, nomeadamente vegetarianas, leva à necessidade de saber adequar, com a máxima segurança possível, a alimentação do lactente a uma alimentação não omnívora”, recordam os autores das linhas de orientação para profissionais sobre a alimentação saudável dos 0 aos 6 anos.
De acordo com os especialistas “a alimentação vegetariana durante o primeiro ano de vida é possível, mas quanto mais restritiva for a dieta maior o risco de carências nutricionais com repercussão no crescimento, maturação e desenvolvimento” e acrescentam que “deve ser estritamente cumprida a suplementação vitamínica e mineral recomendada”.
Uma das preocupações da DGS prende-se com o défice em vitamina B12, “associado a compromisso irreversível do desenvolvimento cerebral, do crescimento e ainda à anemia megaloblástica”, e com a carência de vitamina D e de cálcio, “que compromete o crescimento e a saúde óssea e o desenvolvimento muscular”. Para além disso a falta de ferro, também está associada ao desenvolvimento neuro-cognitivo e motor. Estes défices devem ser sempre algo a contemplar.
Num recém-nascido, filho de mãe vegetariana, a realizar aleitamento materno, os especialistas recomendam que “deve ser rigorosamente vigiada a suplementação materna em vitaminas e minerais, bem como efetuada suplementação ao lactente”. É uma opção que carece de alguns cuidados, pode ter risco e deve ser acompanhada devidamente pelo profissional de saúde. É muito importante que a gravidez seja vigiada, aliás, um dos requisitos para a gravidez saudável é a sua vigilância”, considera a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Em caso de dúvida, aconselham que seja consultada a Roda da Alimentação Mediterrânica considerando que esta é um bom guia “do que deverá ser ofertado às crianças”. Para além disto, os especialistas recomendam ainda a prática de atividade física desde que possível.