Associação Portuguesa de Osteoporose alerta para a importância de voltar a cuidar da saúde óssea
A Associação Portuguesa de Osteoporose (APO) assinala hoje, 20 de outubro, o Dia Mundial da Osteoporose, com a realização do 8.º Encontro Científico APO, que decorre na Casa da Música, no Porto, a partir das 18 horas. A iniciativa será presidida pelo fisiatra e presidente da APO, Pedro Cantista, e faz parte de uma campanha de sensibilização alargada para os cuidados com a saúde óssea.
Segundo a APO, a pandemia empurrou para segundo plano outros cuidados com a saúde e o bem-estar, nomeadamente as rotinas que promovem uma boa saúde óssea. Para incentivar a população a voltar a cuidar da saúde óssea, de forma a favorecer a qualidade de vida atual e futura, a APO lançou uma campanha digital com o mote é tempo de fortalecer (a saúde óssea), para prevenir a osteoporose, que assenta em três pilares fundamentais: nutrição, exercício físico e vitamina D.
Desde logo, importa fortalecer a massa óssea através de uma alimentação equilibrada e rica em cálcio – segundo a APO, 60% das mulheres e quase metade dos homens não ingerem cálcio em quantidade suficiente. É recomendado o consumo de lacticínios, que fornecem uma grande dose de cálcio, de fácil absorção (um copo de leite fornece 35% do Valor de Referência de cálcio).
A prática regular de exercício é outra das indicações. Trinta minutos de caminhada por dia, a par da adoção de hábitos mais saudáveis, como substituir o elevador pelas escadas, usar menos vezes o carro e fazer pausas ao longo da jornada de trabalho, são suficientes para permitir que os ossos se tornem mais fortes. E, por fim, assegurar a exposição ao sol, durante 15 minutos por dia, fundamental para garantir a produção de vitamina D, que é essencial para a absorção de cálcio pelo organismo. Em Portugal, apesar da grande exposição solar, a deficiência de vitamina D é prevalente, pelo que a APO defende a vigilância regular dos níveis de vitamina D e a suplementação, com o devido acompanhamento médico, sempre que necessário.
O 8.º Encontro Científico da APO decorre amanhã e reúne todo o conselho cientifico da APO, com o objetivo de traçar o plano de sensibilização e avaliação do estado da saúde óssea em Portugal .
Já no dia 7 de novembro, a APO promove, em parceria com a Mimosa e com a Runporto, a Corrida dos Ossos Saudáveis, que volta às ruas de Porto, depois de uma edição virtual em 2020, convidando todas as famílias a correrem ou caminharem pela saúde óssea .
Recorde-se que a osteoporose é uma doença silenciosa que vai reduzindo a densidade óssea, aumentando o risco de fraturas. Atinge cerca de meio milhão de portugueses, em particular mulheres acima dos 50 anos, e é responsável por cerca de 50 mil fraturas por ano só em Portugal. As fraturas devidas à osteoporose são, de resto, uma das maiores causas de dor, de incapacidade a longo prazo e de perda de independência entre os adultos com idades mais avançadas, e podem mesmo conduzir a morte prematura.
Estima-se que a osteoporose custe 120 milhões de euros por ano ao SNS e que mais de 75% desses custos sejam atribuíveis à osteoporose nas mulheres.