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Estimar e estimular o cérebro em todas as idades para prevenir o AVC e proteger a saúde cerebral

Estimar e estimular o cérebro em todas as idades para prevenir o AVC e proteger a saúde cerebral

No âmbito do Dia Mundial do Cérebro, celebrado anualmente a 22 de julho, divulgamos um artigo de opinião da autoria de Inês Laranjinha, neurologista na ULS Santo António, em representação da Sociedade Portuguesa do AVC, que aborda a forma como podemos prevenir o AVC e proteger a saúde cerebral.

O cérebro é o órgão mais fascinante do nosso corpo. Controla as funções vitais, comanda o funcionamento de todos os outros órgãos e é capaz de adaptações a mudanças das condições de nós próprios e do meio à nossa volta. É também o maestro do que nos torna seres únicos e conscientes: define a nossa personalidade, comportamento, emoções e memórias. 

Quando parte do cérebro sofre uma lesão, seja por uma doença aguda como o AVC, seja por uma doença crónica como a demência, perdem-se milhões de células (neurónios). As sequelas destas doenças neurológicas incluem défices de força, sensibilidade, coordenação e cognitivas. Podem ser devastadoras com repercussão importante no quotidiano dos doentes; infelizmente, nem todas estas sequelas são recuperáveis com reabilitação. 

Em particular, as falhas cognitivas – de memória, raciocínio, comportamento e personalidade – têm um impacto quer no doente, quer na sua família e cuidadores, porque cursam com frequência com maior dependência no dia a dia e alteração da identidade própria. A deterioração cognitiva progressiva que caracteriza a demência leva a perda de autonomia da pessoa, com consequências sociais, emocionais e económicas.

O foco deve ser, por isso, na prevenção do dano cerebral. Para minimizar o risco de AVC, doenças como a hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado, tabaco e consumo excessivo de álcool devem ser evitadas e corrigidas. 

Em relação à demência, sabia que quase metade do risco é modificável? Desde a infância (baixa escolaridade), à idade adulta (sedentarismo, diminuição de audição e as doenças que aumentam o risco de AVC) até à terceira idade (isolamento social e diminuição de visão), há forma de cuidar da saúde cerebral em cada faixa etária. 

Assim, importa conhecer as medidas ao alcance de cada um de nós:

·      Infância: incentivar a escolaridade;

·      Adultos: estimular atividade física regular, corrigir falta de audição e tratar doenças cardiovasculares;

·      Idosos: promover socialização e corrigir falta de visão.

Hoje, 22 de Julho, celebra-se o Dia Mundial do Cérebro, este ano com o tema “Brain Health for all Ages” – “Saúde do Cérebro para todas as idades”. Vamos, então, estimar a saúde do nosso cérebro, em todos os momentos da nossa vida, para tornar cada um deles memorável.