25 de setembro – Dia Mundial do Pulmão | Sociedade Portuguesa de Pneumologia reforça a importância da vacinação na promoção da saúde pulmonar
“Pulmões saudáveis, vida saudável”, é o mote internacional instituído para o Dia Mundial do Pulmão, data assinalada a 25 de setembro. Sobre as medidas essenciais para uns pulmões saudáveis, Filipe Froes, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, deixa o alerta: “estão identificadas há muito tempo, o difícil é implementá-las”. Na mesma semana em que se assinala esta efeméride, arranca a campanha de vacinação contra a gripe e a COVID-19, “fundamentais para a promoção da saúde pulmonar”.
“A cessação tabágica, a minimização ou, idealmente, a evicção da exposição a substâncias patogénicas, o diagnóstico precoce e o controlo das doenças respiratórias crónicas e, finalmente, a prevenção de fatores exacerbadores, com destaque para as infeções prevenidas pela vacinação”, são as principais medidas referidas pelo médico pneumologista para a promoção de uns pulmões saudáveis.
A verdade é que, em Portugal, as doenças respiratórias continuam entre as principais causas de morte, sendo a pneumonia a mais frequente. Tal como explica Filipe Froes, o impacto desta doença “tem acompanhado o aumento da esperança média de vida da população. Se não há envelhecimento sem aumento do risco de pneumonia, a solução passa por valorizar as intervenções nos fatores de risco modificáveis e a vacinação ao longo da vida. Além da vacinação contra a gripe, a COVID-19 e o vírus sincicial respiratório, a vacinação contra a bacteria Streptococcus pneumoniae (ou Pneumococcus) é determinante”.
Nesta questão da importância da vacinação, ocorrendo, na mesma semana do Dia Mundial do Pulmão o arranque da campanha de vacinação sazonal contra a gripe e a COVID-19 (a 23 de setembro), o especialista reforça que “estas vacinas representam uma oportunidade ímpar de promoção da saúde pulmonar, sendo essenciais na prevenção destas duas infeções respiratórias com possível sobreinfeção bacteriana, mas sempre perda de função pulmonar”.
Face ao crescimento de correntes anti-vacinação, Filipe Froes considera que “vivemos tempos inimagináveis em que se pretende substituir a ciência e o conhecimento pela ideologia, com impacto negativo na saúde das populações. Tempos perigosos que obrigam a uma comunicação mais efetiva, totalmente suportada pela evidência e confiança, de modo a confirmar o valor único das vacinas no desenvolvimento civilizacional”.
Para o pneumologista, este combate à desinformação “deve constituir uma prioridade em saúde. A desinformação, a ignorância e, sobretudo, a ilusão do conhecimento estão implicadas na menor adesão a medidas de prevenção e controlo das doenças transmissíveis, por exemplo, com a diminuição das taxas de cobertura vacinal e a perda da imunidade de grupo. Como não há vacinas 100% eficazes, a menor cobertura vacinal permite que doenças anteriormente controladas encontrem bolsas de multiplicação e de transmissão, que põem em causa a saúde de todos. Não nos podemos esquecer que só há vacinas eficazes se forem administradas”.
Para além do apelo à vacinação, Filipe Froes identifica três áreas chave para o futuro da saúde respiratória no que diz respeito às doenças infeciosas: “a primeira é a importância da literacia em saúde – doentes informados são melhores doentes. A segunda é a necessidade imperiosa de manter a investigação científica, fundamental, por exemplo, para o desenvolvimento de novas terapêuticas e métodos de diagnóstico. Finalmente, explicar que as medidas preventivas e, em particular, as vacinas, não são um custo, mas um investimento”.