Mais de uma dezena de especialistas internacionais de renome enriquecem a reunião anual da SPAVC sobre Doença Cerebrovascular

A pandemia por COVID-19 e os avanços terapêuticos no tratamento do acidente vascular cerebral (AVC) são os dois grandes temas do 15.º Congresso Português do AVC, organizado pela Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC), este ano a decorrer num modelo integralmente virtual, que permitirá ainda a visualização de conteúdos on demand, após o evento. São esperados cerca de 1500 participantes de todo o país e além-fronteiras.

O encontro que junta os especialistas das várias áreas da saúde que se dedicam à prevenção, tratamento e recuperação do AVC acontece entre os dias 4 e 6 de fevereiro e José Castro Lopes, presidente da Direção da SPAVC, acredita que o modelo virtual traz “muita facilidade aos participantes para se inscreverem, quer estejam em Portugal continental, quer insular” e também permite a participação de especialistas nacionais e estrangeiros que estão fora do território nacional. Afinal, sublinha o neurologista, este “é, realmente, o grande fórum da doença vascular cerebral em Portugal, assim reconhecido pela generalidade dos observadores”.

Do programa, o neurologista destaca precisamente a participação de “especialistas nacionais e internacionais da maior craveira científica”. Ao todo, são 14 os conferencistas internacionais convidados a participar, a começar logo na primeira sessão do congresso, dedicada ao tema “Doença Vascular Cerebral e COVID-19”. Nesta sessão participarão Michael Brainin, da World Stroke Organization, e Georgios Tsivgoulis, dirigente da European Stroke Organisation que vão abordar as estratégias internacionais de prevenção do AVC em tempos de pandemia e apresentar os dados internacionais da correlação entre a infeção pelo SARS-CoV-2 e os acidentes vasculares cerebrais.

De referir a intervenção do neurocientista canadiano Vladimir Hachinski, pioneiro na investigação da relação entre AVC e o desenvolvimento de demência, cuja conferência explorará a prevenção da doença vascular cerebral também como estratégia preventiva dos quadros demenciais. Esta é uma temática que junta duas das principais preocupações de saúde pública a nível nacional e mundial: o AVC enquanto principal causa de morte e morbilidade e a demência que acompanha o progressivo envelhecimento da população.

Sean Savitz, neurologista na Universidade do Texas, também participará no encontro com uma conferência sobre uma das mais promissoras investigações em curso no âmbito da doença vascular: a utilização de células estaminais para o tratamento do AVC isquémico.

Na sessão de abertura interveio uma das grandes autoridades mundais, Water Osswald, Professor Catedrático aposentado, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com o tema “Uma reflexão ética em tempo de pandemia”.

A sessão de encerramento está entregue a outra convidada internacional, Hanne Christensen, responsável pelo comité de implementação do Action Plan for Stroke, que abordará os desafios e as soluções do plano europeu para reduzir o impacto da mortalidade e da morbilidade associada ao AVC na sociedade.

O evento organiza ainda três cursos formativos nos períodos pré e pós-Congresso, apostando assim na formação contínua dos profissionais de saúde dedicados à abordagem dos doentes com AVC.

No dia 3 de Fevereiro decorrerão, em simultâneo, dois cursos: o “Curso Interativo de AVC isquémico na fase aguda”, dirigido a médicos e internos das áreas de Neurologia, Neurocirurgia, Neurorradiologia, Medicina Interna e Medicina Intensiva; e o Curso “A enfermagem na fase aguda do AVC”, destinado a enfermeiros com interesse na patologia vascular cerebral e que se encontrem a exercer funções em serviços de urgência, em unidades de AVC, em serviços de Medicina Interna, Neurologia, Neurorradiologia ou Neurocirurgia e também em unidades de cuidados intensivos e de cuidados intermédios.

No dia 6 de Fevereiro, após o encerramento do 15.º Congresso, os participantes podem permanecer online para conhecer o estudo MIND – Multiple Interventions to Prevent Cognitive Decline, dirigido a instituições e profissionais de diversas áreas envolvidos nos cuidados a pessoas em risco de desenvolver alterações do funcionamento cognitivo e que pretendam conhecer a metodologia do estudo MIND para aplicarem localmente.

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