O cancro da mama, se diagnosticado e tratado precocemente, tem uma taxa de cura superior a 90%

No âmbito do “Outubro rosa”, Natália Amaral, ginecologista e membro da Direção Nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro, partilhou um artigo de opinião com o Raio-X sobre o cancro da mama:

Em Portugal, aproximadamente um terço dos tumores diagnosticados no sexo feminino correspondem ao cancro da mama (DGS, 2015). Todos os anos são diagnosticados mais de 6000 novos casos, ou seja, a cada dia, registam-se 11 novos casos e 4 mulheres morrem com esta doença (cerca 1 em cada 100 cancros da mama desenvolvem-se no homem).

Trata-se de uma doença com elevada representação e impacto social, não só pela sua frequência e associação a uma imagem de grande gravidade, mas também porque agride um órgão cheio de simbolismo, na maternidade e na feminilidade.

Não são conhecidas as causas exatas do cancro da mama. No entanto, foram identificados alguns fatores de risco que importa conhecer:

  • O maior fator de risco para o cancro da mama é a idade (80% de todos os tipos de cancro da mama ocorre em mulheres com mais de 50 anos);
  • Uma mulher que já tenha tido cancro numa das mamas tem maior risco de ter esta doença na outra;
  • As alterações em determinados genes, transmitidas pelos pais, estão na origem de cerca de 5 a 10% dos casos de cancro da mama;
  • O excesso de peso aumenta o risco de desenvolvimento de cancro da mama;
  • O consumo de tabaco ou o excessivo consumo de álcool estão associados ao desenvolvimento de vários cancros, incluindo o da mama;
  • Primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos) e uma menopausa tardia (após os 55 anos)

A prevenção secundária destaca-se como a principal arma na redução da mortalidade por cancro da mama, seja numa perspetiva individual, de deteção precoce, seja numa perspetiva coletiva, ou populacional, como é exemplo o Rastreio de Cancro da Mama promovido pela Liga Portuguesa Contra o Cancro. Com efeito, com o Rastreio pretende-se um diagnóstico precoce, descobrindo tumores muito pequenos, muitas vezes não palpáveis e só vistos em mamografia ou ecografia, permitindo tratamentos menos mutilantes e menos traumatizantes e uma sobrevivência livre de doença e global mais longa, com melhor qualidade de vida.

É neste âmbito que, na década de 90 e um pouco por todo o mundo, nasce o movimento “Pinktober”. Em Portugal denominado por “Outubro Rosa”, este movimento tem por intuito de inspirar a mudança e mobilizar a sociedade através da sensibilização para a prevenção e diagnóstico precoce do cancro da mama.

A Liga Portuguesa Contra o Cancro, em representação da Europa Donna (coligação europeia contra o cancro da mama) e através do Movimento Vencer e Viver (constituído por mulheres sobreviventes de cancro da mama) promove, desde há vários anos, um conjunto de iniciativas que visam, por um lado, atuar na consciencialização para o diagnóstico precoce, promovendo a literacia em saúde e, por outro, divulgar as iniciativas de apoio à mulher e família, que promove.

Este ano, ainda que o contexto da pandemia por coronavírus e as consequências dela decorrentes, a vários níveis, preencha os espaços informativos e condicione as nossas atitudes e comportamentos, as razões do nosso apelo mantêm-se, isto é, que as mulheres cuidem de si – por si e pelos que lhe são próximos – mantendo uma atitude de vigilância regular das suas mamas.

No decurso deste mês, várias são as iniciativas promovidas pela Liga Portuguesa Contra o Cancro um pouco por todo o País, destacando-se o “Dia da Saúde da Mama”, celebrado no passado dia 15 de outubro e o “Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama”, que terá lugar no próximo dia 30. Tenhamos sempre presente que, se diagnosticado e tratado precocemente, o cancro da mama tem uma taxa de cura superior a 90%.

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