SPAIC associa-se ao mote internacional no dia mundial da doença: “Chega de mortes por asma“
Assinala-se hoje, dia 5 de maio, o Dia Mundial da Asma. Em Portugal são cerca de 700 mil os doentes asmáticos, ¼ dos quais em idade pediátrica, de acordo com os dados do Inquérito Nacional de Controlo da Asma de 2010 e que continuam a ser os mais recentes nesta área.
Apesar de ser uma doença crónica, não existindo cura, “com o tratamento adequado, a asma pode ser controlada e pode permitir ao doente ter uma boa qualidade de vida e sem restrições”, salienta Ana Mendes, da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC). Apesar disto, “a asma também pode matar”, alerta a especialista que reforça ainda: “Portugal tem uma taxa de mortalidade por asma idêntica à dos países com melhores indicadores de saúde, mas, nos últimos anos, tem-se verificado um aumento, ainda que ligeiro, mas preocupante, do número de casos. A maioria das mortes por asma é evitável e pode traduzir a dificuldade de perceção da gravidade e da possibilidade de controlo da doença”.
Neste mesmo sentido, “Chega de mortes por asma” foi o tema definido, a nível internacional, pela GINA – Global Iniciative Network for Asthma mote ao qual a SPAIC, por considerar que “a asma tem tratamento e qualquer morte por asma é inaceitável” se associou.
A dificuldade de adesão à terapêutica (encarar a asma como doença crónica e com necessidade de medicação diária), o uso incorreto dos dispositivos inalatórios, a utilização excessiva de medicamentos de alívio rápido (broncodilatadores de curta ação) e uma má perceção do controlo da doença – com 88% da população no Inquérito Nacional de Asma a acreditar que tinha a asma controlada, mas apenas 57,5 % estava de facto controlada – são os principais desafios apontados por Ana Mendes ao tratamento adequado da asma.
Em plena pandemia de COVID-19, os doentes asmáticos devem, tal como a restante população, evitar o contágio seguindo todas as normas da Direção Geral de Saúde de proteção e redução de risco de infeção. Torna-se fundamental, também nesta altura, “manter a asma controlada e, para isso, continuar a medicação diária habitual conforme prescrita pelo médico assistente. É essencial que o esquema terapêutico seja mantido e ajustado de acordo com o plano de ação que estiver definido pelo médico. Os asmáticos devem estar atentos aos seus sintomas e sinais de agravamento da asma e ajustar a sua medicação atempadamente”, refere Ana Mendes. Para avaliar se a asma está controlada os doentes podem preencher o questionário CARAT – Teste de Controlo da Asma e Rinite Alérgica (disponível online).
A SPAIC tem concentrado esforços para informar e sensibilizar a população para a asma – tendo participado já em diversas campanhas para o efeito – e defendendo que a informação deve estar disponível e deve ser reforçada de forma a sensibilizar os doentes, os profissionais de saúde e a população em geral para a importância da doença e do seu controlo. No panorama atual, sem poder desenvolver ações de sensibilização na rua, a SPAIC está empenhada em encontrar meios alternativos para transmitir esta importante mensagem. “Na era da globalização social, os meios digitais são, cada vez mais utilizados e, nesta época de contingência, ainda mais. As redes sociais, os canais de informação online e os media podem ser os principais instrumentos para divulgar informação”.
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